O primeiro fim de semana de dezembro será marcado por chuvas fortes e contínuas em várias regiões do país devido à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). O fenômeno meteorológico, conhecido por causar precipitações volumosas e duradouras, está ativo e deve seguir influenciando o clima até o próximo domingo (8), segundo previsão do Climatempo.

Os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso estão entre os mais afetados e podem registrar mais de 100 milímetros de chuva ao longo do período. O alerta é para risco de alagamentos, deslizamentos de terra e outros transtornos associados ao excesso de água.

A Zona de Convergência do Atlântico Sul é um sistema de nuvens carregadas que se forma de maneira quase estacionária sobre o território brasileiro. Quando ativa, permanece por vários dias consecutivos sobre as regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste, provocando um padrão de chuvas persistentes. É uma das principais responsáveis pelos episódios de grandes enchentes durante o verão no Brasil.

Apesar de rara, a influência da ZCAS também pode alcançar partes da região Sul, embora isso ocorra com menor frequência.

A formação da ZCAS está diretamente ligada à dinâmica dos oceanos, especialmente às temperaturas do Pacífico Equatorial. Fenômenos climáticos globais como El Niño e La Niña afetam a organização do sistema.

Durante episódios de El Niño — caracterizados pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico central e leste — a tendência é que a ZCAS se forme com menor frequência ou intensidade. Já o fenômeno La Niña, associado ao resfriamento dessas águas, favorece a formação e manutenção da ZCAS.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o La Niña deve predominar nos próximos meses, com efeitos como chuvas acima da média em algumas regiões do Brasil e temperaturas elevadas em outras.

A previsão de acumulados superiores a 100 mm em algumas áreas exige atenção da população e das autoridades locais. As chuvas persistentes elevam o risco de desastres naturais, especialmente em áreas urbanas e encostas. A Defesa Civil recomenda que moradores de regiões vulneráveis fiquem atentos a sinais de deslizamentos, transbordamentos de rios e movimentações de terra.