"MS é bom negócio para investir"
Secretário de Estado da Casa Civil destaca que crescimento reflete em emprego, infraestrutura e sustentabilidade
WALTER CARNEIRO JR.O secretário de Estado da Casa Civil, Walter Carneiro Júnior apresentou com otimismo os dados recentes do PIB do estado.
Segundo ele, a combinação de políticas públicas conservadoras, investimentos em infraestrutura, educação e energia limpa contribuiu para resultados expressivos em emprego, competitividade e desenvolvimento sustentável.
A entrevista abordou desde os bons indicadores econômicos até os desafios de absorção da mão de obra e as metas do governo para 2026. A seguir, a íntegra do diálogo no formato perguntas e respostas, preservando o tom e as declarações originais do secretário. Confira a entrevista na íntegra:
A Crítica: Como o crescimento do PIB de Mato Grosso do Sul impacta o trabalho da Casa Civil?
Walter: O estado vive um momento econômico muito forte. Os municípios têm papel essencial na transformação socioeconômica que vivemos. O governador defende governar com eficiência, transparência e conexão com a vida real. Não aumentamos impostos, temos uma das menores cargas tributárias do país. Mantivemos a base de cálculo do ICMS, o que nos deu grande competitividade, mesmo com a reforma tributária em curso. Investimos mais de 15% da receita corrente líquida em obras. Crescemos mais de 10 anos seguidos acima de 5% ao ano. Em 2023, o IBGE registrou um PIB com crescimento de 13,4%.
A Crítica: Esses resultados também se refletem na redução da pobreza?
Walter: Sem dúvida. Hoje temos menos de 2% da população em situação de pobreza extrema. O trabalho sério, com responsabilidade e investimento, transforma o estado. Somos o primeiro em menor taxa de desocupação no país e segundo em competitividade no mercado de trabalho. Foram mais de 450 mil trabalhadores qualificados nos últimos dois anos.
A Crítica: A educação também tem sido destaque nesse avanço?
Walter: Sim. Tivemos avanço no IDEB, com melhoria em português e matemática. Mais de 80% das escolas foram reformadas e cerca de 70% já funcionam com ensino integral. Programas como MS Alfabetismo e MS Matemática elevam o desempenho dos estudantes. A educação é uma base para todo esse crescimento.
A Crítica: Como o estado se prepara para receber as grandes indústrias que têm chegado?
Walter: O ritmo é acelerado. Temos mais de R$ 80 bilhões em investimentos privados este ano. Isso exige políticas para absorver a população que acompanha esse crescimento. Diversificamos nossa matriz econômica. Passamos a industrializar o produto primário, investimos em energia limpa e formamos cadeias produtivas integradas. Isso atrai as maiores plantas industriais do país.
A Crítica: Como esses investimentos afetam o emprego e a renda?
Walter: Aumentam as oportunidades e exigem mais qualificação. O estado precisa oferecer capacitação e reestruturar serviços públicos como educação, saúde e assistência social. Criamos um ambiente jurídico estável para garantir segurança a quem investe aqui. Tudo isso valoriza nossa matéria-prima e melhora a qualidade dos empregos.
A Crítica: Quais setores são prioritários para esse crescimento?
Walter: Temos dois grandes eixos: proteína animal e energia limpa. Boi, frango, peixe e porco são base da nossa economia. Queremos agregar valor industrial a esses produtos. Na energia, buscamos ser carbono neutro até 2030. Já recuperamos mais de 4 milhões de hectares de pastagens degradadas. O estado remunera quem conserva suas florestas além da reserva legal, por meio do Fundo Clima Pantanal.
A Crítica: A mão de obra é suficiente para atender essa expansão?
Walter: Hoje vivemos uma escassez de mão de obra. Por isso estamos investindo em qualificação. Em parceria com Sebrae, Famasul e universidades, capacitamos técnicos de acordo com a vocação de cada região. No Vale da Celulose, por exemplo, falta operador de máquinas. Já no sul do estado, é preciso capacitação para lavouras com alta tecnologia.
A Crítica: Como funciona o processo de qualificação?
Walter: O Estado investe na educação básica e, ao final do ensino médio, o cidadão pode optar por curso técnico ou superior. Isso abre portas e melhora os salários. A capacitação é feita com apoio de instituições que conhecem a realidade local. É um processo planejado, focado nas necessidades de cada setor.
A Crítica: Como a Casa Civil atua para destravar obras e garantir investimentos nos municípios?
Walter: A Casa Civil é a porta de entrada das demandas municipais no governo. Mantemos uma relação institucional próxima com prefeitos, deputados estaduais e federais. O programa MS Ativo 2, por exemplo, foi discutido com cada um dos 79 municípios. O governo investirá R$ 1 bilhão em 181 obras a partir de 2026. As prioridades foram definidas com a população, vereadores e lideranças locais.
A Crítica: Como garantir que essas obras saiam do papel dentro do prazo?
Walter: Nosso desafio é que todas as obras estejam contratadas, com recursos garantidos e ordens de serviço emitidas até dezembro de 2026. Para isso, temos percorrido os municípios e monitorado os projetos. É preciso vencer as etapas burocráticas — como licenças ambientais, desapropriações, regularizações fundiárias — para que os processos avancem até a Secretaria de Obras. A população quer ver resultados rápidos, e nós temos esse compromisso.
A Crítica: Quais os principais focos para o primeiro semestre de 2026?
Walter: Vamos fortalecer as relações institucionais e garantir que os compromissos assumidos com os municípios avancem. A Casa Civil vai acompanhar cada etapa para que as obras comecem dentro do cronograma. Nosso objetivo é que a população perceba, de forma concreta, a presença do governo no dia a dia, com obras, infraestrutura, saneamento e melhorias urbanas.
A Crítica: Qual a principal marca que o governo quer deixar para a população?
Walter: Melhorar a vida das pessoas. Gerar a sensação de que a vida está prosperando, de que os filhos têm oportunidades, de que o cidadão pode ter um emprego melhor se se qualificar. Mesmo com o cenário global de incertezas, Mato Grosso do Sul caminha com segurança. Os indicadores mostram que estamos no rumo certo.