Polícia de MS desmantela esquema milionário de fraudes com cartas de crédito em seis estados
Operação Castelo de Cartas, coordenada pelo DRACCO, mira organização criminosa com atuação em MS e ligação com investigados por tráfico, armas e lavagem de dinheiro
CRIME ORGANIZADOA Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deflagrou nesta quinta-feira (4) a Operação Castelo de Cartas, que investiga uma organização criminosa especializada em fraudes financeiras. O grupo é suspeito de aplicar golpes com falsas “cartas de crédito contempladas” e movimentar ilegalmente mais de R$ 1,5 milhão em prejuízos a vítimas em diversos estados do país.
Coordenada pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), a operação cumpriu mandados de busca em Campo Grande e em outros cinco estados: Distrito Federal, Mato Grosso, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. A ofensiva integra a 3ª Operação Renorcrim, no âmbito da Rede Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).
De acordo com as investigações, os suspeitos vendiam a ilusão de cartas de crédito já contempladas, prometendo facilidades para a aquisição de imóveis ou veículos. Na prática, o “castelo de cartas” desabava pouco depois do pagamento inicial das vítimas, que jamais viam os bens prometidos.
O nome da operação faz alusão à instabilidade das falsas promessas, que acabavam em frustração e prejuízo. “A realização do sonho da casa própria era um enganoso e instável castelo de cartas”, afirmou a Polícia Civil.
A apuração contou com o suporte técnico do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) do DRACCO, que identificou movimentações financeiras complexas realizadas por meio de contas de terceiros — incluindo familiares e empregados — como forma de ocultar a origem ilícita dos valores.
Parte dos investigados em Mato Grosso do Sul mantém vínculos diretos com alvos da Operação Carga Prensada, deflagrada pela Polícia Federal em 2021, que apurou crimes como tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e exploração de jogos de azar em Rondônia.
Com base nos elementos reunidos, a Polícia Civil solicitou à Justiça o bloqueio de bens e valores dos envolvidos. A medida foi deferida após manifestação do Ministério Público, e resultou no bloqueio de R$ 7.524.805,40 — valor cinco vezes superior ao prejuízo inicialmente apurado — com objetivo de garantir o ressarcimento às vítimas.
Além do bloqueio, foram solicitadas e executadas apreensões de veículos e imóveis de alto valor.
Atuação integrada em seis estados - A operação mobilizou unidades especializadas das Polícias Civis em várias regiões do país, entre elas: DRACO2 (RO), DRP e DERF de Rondonópolis (MT), DRACO (DF), DIG/DEIC de Presidente Prudente (SP) e DRACO/DEIC de Balneário Camboriú (SC).
As investigações continuam sob responsabilidade do DRACCO, que coordena as ações em Mato Grosso do Sul.