Abel Braga nega homofobia e cita morte do filho ao responder críticas
Técnico do Internacional diz ter se arrependido da fala sobre camisa rosa e afirma que comentário foi uma "brincadeira infeliz"
POLÊMICAAbel Braga voltou a se pronunciar sobre a acusação de homofobia que enfrenta desde a sua apresentação no Internacional, quando afirmou que não queria o time treinando com camisa rosa porque “parecia time de veado”. Após a derrota por 3 a 0 para o São Paulo, na noite desta quarta-feira (3), o técnico comentou o episódio e relembrou a morte do filho, João Pedro, aos 19 anos, para reforçar que não considera ter postura discriminatória.
O treinador afirmou que o comentário, feito enquanto elogiava o trabalho de Andrés D’Alessandro nos bastidores, foi uma tentativa de relatar uma situação ocorrida no vestiário, mas reconheceu o erro. “Eu já me desculpei. Não deveria ter falado nada naquele momento. Preciso fazer esse parêntese porque é a minha vida. Eu perdi um filho com 19 anos. Quem perde um filho não é homofóbico. Foi uma brincadeira, e eu fui juvenil. Não devia ter falado ali”, declarou.
João Pedro morreu em 2017 após cair da cobertura do prédio onde morava com a família, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. Na época, Abel dirigia o Fluminense.
A polêmica estourou no domingo (30), quando o técnico foi apresentado no Beira-Rio para assumir o comando do Inter na reta final do Campeonato Brasileiro. Aos 73 anos, ele retorna ao Colorado em meio ao risco real de rebaixamento — o clube ocupa a 17ª posição. A declaração aconteceu enquanto o treinador comentava uma conversa recente com D’Alessandro no vestiário e citava o uniforme rosa usado pelo elenco nos treinos.
Abel foi contratado após a demissão de Ramón Díaz, oficializada um dia depois da derrota por 5 a 1 para o Vasco. O treinador não comandava um time desde 2022, quando deixou o Fluminense, e sua última passagem pelo Internacional havia sido em 2020.