Campo Grande começou nesta quarta-feira (5) a aplicação da nova vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal agente causador da bronquiolite — uma medida inédita no Estado e que visa proteger bebês desde a gestação. O lote enviado pelo Ministério da Saúde chegou ao Mato Grosso do Sul, e a distribuição imediata para os municípios permitiu o início da campanha na capital logo no dia seguinte.

A vacina é destinada a gestantes a partir da 28ª semana de gravidez e funciona como uma proteção antecipada: ao imunizar a mãe, o bebê recebe anticorpos de forma passiva e já nasce com parte da imunidade contra o VSR. A expectativa é reduzir casos graves, internações e complicações respiratórias em recém-nascidos, especialmente durante a temporada de maior circulação viral.

No primeiro dia da campanha, várias gestantes foram às unidades de saúde de Campo Grande para receber a dose. Para muitas, a vacina representou alívio e segurança. A gestante Bianca Coelho, de 29 anos e com 36 semanas de gestação, disse ter ficado “muito aliviada”, pois a vacina costuma ser cara na rede privada. Jaqueline Paixão, de 34 anos, afirmou que “cuidar da saúde dos recém-nascidos é essencial” — principalmente diante do aumento de casos respiratórios.

Para a farmacêutica Fernanda Pavan, de 31, a chegada do imunizante pelo SUS é “uma resposta importante ao crescimento das doenças respiratórias graves no país”. A auxiliar administrativa Vitória Pereira lembrou que a doença já afetou sua família, e considerou fundamental a oferta gratuita da vacina.

O envio de 10.755 doses para Mato Grosso do Sul permitiu que a campanha fosse iniciada de forma organizada. A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) coordenou a distribuição aos municípios por meio da Rede de Frio, após retirada direta na Central Estadual de Rede de Frio (CERFMS). As equipes de imunização dos 79 municípios foram capacitadas, os fluxos padronizados e o atendimento no pré-natal reforçado para priorizar gestantes elegíveis.

A secretáriaadjunta de Estado de Saúde, Crhistinne Maymone, enfatizou que cada gestante vacinada representa um recém-nascido com mais segurança ao nascer. O coordenador estadual de Imunização, Alberth Rangel, destacou que a ação representa “um avanço importante na rede pública de saúde”.

Com a campanha, autoridades de saúde esperam diminuir a incidência de hospitalizações e complicações respiratórias graves em bebês nascidos nos próximos meses. A imunização ainda pode aliviar a sobrecarga dos hospitais pediátricos durante picos de infecções virais — beneficiando famílias e reforçando a proteção coletiva.