Maria Edite Vendas | 04 de dezembro de 2025 - 08h20

Brasileira Luana Lopes Lara é a bilionária 'self-made' mais jovem do mundo

Mineira de 29 anos fundou startup avaliada em US$ 11 bilhões após rodada histórica de investimentos

ECONOMIA
A brasileira Luana Lopes Lara, de 29 anos, tornou-se a bilionária 'self-made' mais jovem do mundo. - ( Foto: Reprodução/@luana_lopes_lara)

A brasileira Luana Lopes Lara, de 29 anos, entrou para a história nesta semana ao ser reconhecida pela revista Forbes como a bilionária “self-made” mais jovem do mundo — título dado a quem constrói a própria fortuna sem herança. Natural de Belo Horizonte (MG), Luana é cofundadora da Kalshi, uma plataforma de mercado de previsões que acaba de ser avaliada em US$ 11 bilhões após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos.

Com isso, Luana e seu sócio, o americano Tarek Mansour, agora possuem uma fortuna estimada em US$ 1,3 bilhão cada, já que ambos detêm cerca de 12% da empresa. A conquista tira o posto da fundadora da Scale AI, Lucy Guo, de 31 anos, e também da cantora Taylor Swift, de 35, que haviam liderado o ranking anteriormente.

Antes de se lançar no mundo dos negócios, Luana teve uma carreira singular: foi bailarina profissional. Ela morou em Joinville (SC), onde estudou na renomada Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, conhecida por sua exigência e disciplina rigorosa.

Segundo contou em entrevista à própria Forbes, sua rotina na escola envolvia testes extremos de resistência física — como manter a perna elevada enquanto os professores seguravam um cigarro aceso sob a coxa para medir o tempo da pose. A carga horária era pesada: das 7h às 12h, aulas acadêmicas; das 13h às 21h, dedicação integral à dança.

Mesmo com a agenda apertada, a jovem encontrou tempo para estudar para olimpíadas do conhecimento. Inspirada pela mãe, professora de matemática, e pelo pai, engenheiro elétrico, Luana conquistou uma medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e uma de bronze na Olimpíada de Matemática de Santa Catarina.

Fundada nos Estados Unidos, a Kalshi é uma plataforma que permite aos usuários apostarem em previsões sobre eventos do mundo real, como economia, política e clima. A empresa tem se consolidado como um novo modelo de análise e gestão de risco, com forte apelo no mercado financeiro e regulatório.

A trajetória da Kalshi em 2025 foi marcada por crescimentos sucessivos: em junho, a startup havia levantado US$ 185 milhões e sido avaliada em US$ 2 bilhões; em outubro, mais US$ 300 milhões elevaram sua avaliação a US$ 5 bilhões. Agora, com o aporte de US$ 1 bilhão, a empresa chega a um novo patamar global.

Luana entra para a lista restrita de bilionários jovens não apenas como uma mulher, mas também como latina e brasileira — uma representatividade rara no topo do setor de tecnologia. Ela se junta a um seleto grupo de empreendedores que conseguiram transformar startups em impérios antes dos 30 anos.

Sua conquista simboliza não apenas sucesso financeiro, mas também o impacto da diversidade no ecossistema global de inovação. E, como ela própria declarou à Forbes, seu passado como bailarina foi o que moldou sua disciplina, resiliência e capacidade de foco — competências fundamentais para a liderança em um setor de alta competitividade.