Caio Possati. Colaborou José Maria Tomazela | 03 de dezembro de 2025 - 21h45

MP-SP pede reabertura de processo contra 'Calvo da Campari' após prisão por agressão

Empresário e influenciador é acusado de descumprir suspensão condicional em ação por violência psicológica contra atrizes Lívia La Gatto e Bruna Volpi

CASO 'CALVO DO CAMPARI'
Thiago Schutz, o 'Calvo do Campari'. - (Foto: Reprodução/Instagram/@_thiago.c.s)

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou a reabertura de um processo contra o empresário, coach e influenciador Thiago da Cruz Schoba, conhecido como Thiago Schutz ou "Calvo da Campari", de 37 anos. Ele havia sido denunciado em 2023 por violência psicológica e ameaças contra as atrizes Lívia La Gatto e Bruna Volpi, que o acusaram de divulgar ideais misóginos em suas redes sociais.

Na época, o MP-SP pediu a suspensão condicional do processo por dois anos, desde que Schutz não cometesse novos crimes. A Justiça aceitou, mas as defesas de Lívia e Bruna se posicionaram contra a decisão.

Em novembro de 2025, Thiago Schutz foi preso em Salto, interior de São Paulo, após a namorada denunciá-lo por agressão física e violência sexual. Segundo o MP, ao cometer esse novo crime, ele descumpriu as condições do benefício, motivando o pedido de revogação da suspensão condicional e a retomada do processo original contra ele.

"Diante disso, requer o Ministério Público a revogação da suspensão condicional do processo concedida ao réu e o prosseguimento do feito até final julgamento, com designação de audiência de instrução, debates e julgamento", diz o documento obtido pela reportagem. O caso tramita em segredo de justiça.

Prisão e acusações recentes

No dia 29 de novembro, a namorada de Thiago acionou a Polícia Militar relatando agressões e tentativa de forçar relações sexuais. O empresário foi preso em flagrante, encaminhado ao hospital para exame de corpo de delito e, depois, à Delegacia de Itu. Ele foi liberado após audiência de custódia, mas precisará cumprir medidas protetivas da Lei Maria da Penha.

Thiago admitiu ter cometido agressões, mas alega que foram mútuas, ocorridas durante uma discussão acalorada. Em vídeo publicado em sua conta na rede social X, afirmou que jamais tentou estuprar a mulher e que estava sob efeito de álcool. Ele também reconheceu os erros cometidos na situação.

Histórico com as atrizes

Em 2023, Schutz já havia se envolvido em polêmica com Lívia La Gatto e Bruna Volpi, após elas criticarem conteúdos de cunho machista que ele divulgava no perfil Manual Red Pill Brasil. Segundo a acusação, o coach enviou mensagem às artistas exigindo que apagassem o conteúdo sob ameaça de "processo ou bala".

Com a nova prisão, o MP-SP entende que houve descumprimento das condições da suspensão condicional, justificando a retomada do processo contra o influenciador.