Ex-coordenador do INSS é preso por mentir em depoimento à CPMI no Senado
Jucimar Fonseca é investigado por autorizar descontos irregulares na folha de pagamento do INSS
CPMI DO INSSApós quase nove horas de sessão, o presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou na madrugada desta terça-feira (2) a prisão em flagrante de Jucimar Fonseca da Silva, ex-chefe das áreas de Pagamento de Benefício e Consignação da autarquia. Ele é investigado por envolvimento no esquema de descontos indevidos em folhas de pagamento de aposentados e pensionistas.
A prisão ocorreu após Jucimar apresentar informações contraditórias e se esquivar de perguntas sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs). “O senhor está preso por calar a verdade”, anunciou Viana, ao final do depoimento, ordenando a condução de Jucimar pela Polícia Legislativa.
Investigado na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, Jucimar é acusado de autorizar descontos associativos e de crédito consignado com indícios de fraude. Um dos casos envolve liberação de descontos em lote a pedido da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), entidade apontada como parte do esquema.
Durante a oitiva, o ex-coordenador alegou que não tinha autonomia nas decisões e que apenas seguia ordens superiores. No entanto, segundo o presidente da CPMI, há provas de que ele já emitia pareceres técnicos desde 2021, contrariando sua própria versão.
Jucimar foi conduzido coercitivamente a Brasília após se recusar a comparecer em convocações anteriores. Ele havia sido localizado pela Polícia Legislativa em local próximo a Manaus.
Carlos Viana afirmou que vai solicitar a prorrogação da CPMI até maio de 2026 — atualmente, os trabalhos estão previstos para encerrar em março.