Redação | 01 de dezembro de 2025 - 10h20

Dezembro Vermelho alerta para avanço do HIV entre jovens em Mato Grosso do Sul

Estado segue entre os que mais registram novos casos de Aids no país, apesar da queda na mortalidade e dos avanços no tratamento.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
Campanhas do Dezembro Vermelho reforçam prevenção e diagnóstico precoce contra o HIV em Mato Grosso do Sul - (Foto: Divulgação)

O início de dezembro recoloca o laço vermelho em destaque e reforça a mobilização nacional contra o HIV, a Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Em Mato Grosso do Sul, essa pauta ganhou caráter permanente desde 2021, quando o Dezembro Vermelho passou a integrar o Calendário Oficial do Estado pela Lei nº 5.684, proposta pelo deputado Zé Teixeira, segundo vice-presidente da Assembleia Legislativa. A norma garante que campanhas de prevenção sejam retomadas todos os anos, com foco no acesso à informação e no diagnóstico precoce.

Dados recentes do Boletim Epidemiológico 2024/2025 mostram que o Brasil registra, em média, 33 mil novos casos de HIV por ano. A mortalidade nacional segue em queda, passando de 4,1 óbitos por 100 mil habitantes em 2022 para 3,9 em 2024. Mesmo assim, o cenário em Mato Grosso do Sul ainda exige atenção: o estado aparece entre os que têm maiores taxas de detecção de Aids no país, com 20,7 casos por 100 mil habitantes, ocupando a nona posição no ranking nacional.

A Secretaria de Estado de Saúde contabiliza 11,2 mil pessoas vivendo com HIV e em tratamento pelo SUS. Em 2024, foram registrados 321 novos casos no estado — número menor que os 365 do ano anterior, mas ainda acima da média histórica. A faixa entre 15 e 29 anos concentra os índices mais elevados, reflexo da queda na percepção de risco entre os jovens.

Para o deputado Zé Teixeira, os avanços científicos não eliminam a necessidade de prevenção. Ele alerta que, mesmo com medicamentos eficazes e maior expectativa de vida, a proteção continua central na estratégia de combate ao vírus. O parlamentar também destacou que o diagnóstico precoce é determinante para reduzir mortes. Em 2024, MS registrou 162 óbitos por Aids, número 7,8% menor que o de uma década atrás.

O Dezembro Vermelho, avalia Teixeira, é mais do que uma campanha simbólica: é um reforço permanente de que a camisinha segue como método mais simples e eficaz contra o HIV e outras ISTs. Ele defende que o estado intensifique ações educativas e amplie o acesso a testes rápidos, especialmente entre o público jovem.

O Brasil já cumpre duas das três metas da ONU para eliminar a Aids como problema de saúde pública: 96% das pessoas vivendo com HIV estão diagnosticadas e 95% têm carga viral indetectável, o que impede a transmissão sexual do vírus. O desafio agora é ampliar o número de pessoas em tratamento contínuo — atualmente em 82%. No cenário global, o UNAIDS estima 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV e 630 mil mortes relacionadas à Aids em 2023. A meta para 2025 é reduzir esse número para menos de 250 mil.