Alckmin diz que negociação com EUA sobre tarifaço ainda não terminou
Vice-presidente afirma que Brasil deve pressionar por retirada completa das sobretaxas em produtos-chave
ECONOMIAO vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que as negociações com os Estados Unidos para a retirada total das tarifas extras sobre produtos brasileiros ainda estão em andamento. Apesar de uma flexibilização parcial anunciada recentemente, 22% das exportações do Brasil para o mercado norte-americano seguem impactadas.
Durante participação no podcast Flow, Alckmin destacou que a pauta continua ativa. “Não acabou a negociação, ela vai ter mais velocidade”, disse. Segundo ele, produtos como café solúvel, uvas, máquinas, motores, sapatos e roupas continuam sob a incidência das tarifas e seguem como prioridade na agenda diplomática e comercial do governo brasileiro. “Já melhorou, mas precisamos continuar trabalhando para avançar”, pontuou.
Impactos do tarifaço e crescimento das exportações - A imposição das tarifas remonta ao período da gestão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. A decisão recente do governo norte-americano de retirar parte das sobretaxas trouxe alívio para alguns setores, mas ainda deixa uma fatia relevante do comércio exterior brasileiro comprometida.
Mesmo com os obstáculos, Alckmin apontou que as exportações brasileiras cresceram 9,1%, o que, segundo ele, é reflexo da abertura de novos mercados. “Na década de 80, os Estados Unidos representavam 24% da exportação brasileira. Hoje são 12%”, disse, destacando a diversificação como uma estratégia eficaz diante de tensões comerciais.
Lula e a eleição de 2026 - Além do tema comercial, o vice-presidente comentou o cenário eleitoral. Ele defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o “candidato natural” à reeleição em 2026, como ocorre em países com possibilidade de recondução. “O titular é o candidato natural, a não ser que tenha uma razão pessoal”, declarou.
Alckmin ponderou, porém, que “um ano na política é um século” e que o cenário pode mudar até o próximo pleito presidencial.