Redação | 28 de novembro de 2025 - 10h40

Setores da economia refletem retração: seis atividades registram demissões no trimestre até outubro

Dados da PNAD Contínua mostram queda de postos no comércio, serviços e indústria; construção e saúde puxam retomada de empregos

ECONOMIA
Queda de postos no comércio e serviços indica retração no mercado de trabalho no Brasil - (Foto: Adobe Stock)

O trimestre encerrado em outubro registrou demissões em seis dos dez principais setores da economia brasileira, segundo dados da PNAD Contínua, do IBGE. Entre julho e outubro, foram cortados empregos em serviços domésticos (79 mil), indústria (41 mil), informação, comunicação e atividades financeiras e administrativas (133 mil), outros serviços (156 mil), comércio (162 mil) e transporte (1 mil).

Por outro lado, quatro setores expandiram seus quadros de trabalhadores: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (+252 mil); agricultura (+150 mil); construção civil (+192 mil) e alojamento e alimentação (+87 mil).

Na comparação com o mesmo período de um ano atrás, a indústria ganhou 163 mil postos e setores como administração pública, educação e saúde registraram um aumento de 711 mil trabalhadores. Construção, informação/comunicação, transporte e agricultura também tiveram criação líquida de vagas. Já comércio, alojamento e alimentação, outros serviços e serviços domésticos demitiram trabalhadores em relação a 12 meses antes.

As perdas nos setores de comércio, serviços e indústria podem refletir uma desaceleração no consumo e ajustes em empresas após períodos de demanda instável. Já os ganhos em saúde, educação, construção e administração pública indicam fortalecimento da demanda por serviços considerados essenciais, bem como investimentos públicos — tendência que, segundo analistas do mercado de trabalho, mostra que o dinamismo da ocupação no Brasil segue concentrado em segmentos ligados ao serviço, obras e políticas públicas.

O resultado evidencia a complexidade do momento no mercado de trabalho: embora alguns setores tenham gerado milhares de empregos, a retração em áreas como comércio e serviços — historicamente grandes empregadores — levanta alerta para o ritmo de recuperação econômica. A dispersão de postos entre diferentes atividades reforça a necessidade de diversificação da economia e de políticas que estimulem o consumo e a formalização.