Mato Grosso do Sul se destaca como referência nacional em turismo com ação climática
Estado apresentou resultados concretos na COP 30 e consolidou Bonito como primeiro destino de ecoturismo carbono neutro do mundo
MEIO AMBIENTEDurante os Dias Temáticos do Turismo na COP 30, realizados em Belém (PA), Mato Grosso do Sul reafirmou sua liderança nacional ao apresentar iniciativas climáticas que integram o turismo e a sustentabilidade. A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur) mostrou como vem incorporando a ação climática em sua estratégia de gestão, com resultados práticos que já colocam o Estado como modelo no enfrentamento da crise ambiental.
A participação da Fundtur ocorreu nas zonas Azul e Verde da conferência e foi marcada por painéis que detalharam ações desenvolvidas especialmente no município de Bonito, reconhecido globalmente pelo turismo sustentável. O diretor-presidente da Fundtur, Bruno Wendling, ressaltou a relevância do momento: “É um ano emblemático, com a COP 30 acontecendo no Brasil, e pudemos verificar in loco a referência que é o Mato Grosso do Sul no âmbito do turismo e na agenda climática”.
Durante o painel “Iniciativas locais e soluções na Ação Climática no Turismo”, na Greenzone, a Fundtur apresentou dados que demonstram o compromisso de Bonito com a neutralização de emissões. Entre 2021 e 2023, mesmo com o aumento do número de turistas, o município conseguiu reduzir em 4,65% as emissões por visitante, caindo de 46,17 para 44,02 kgCO2eq.
Além disso, Bonito compensou integralmente 1.380 toneladas de CO2 equivalente, abrangendo todos os escopos de emissão (1, 2 e 3), e mantém a meta de reduzir em 20% suas emissões até 2030. Com isso, consolidou-se como o primeiro destino de ecoturismo carbono neutro do mundo.
A atuação da Fundtur também foi destaque no painel “Roadshow of Local Initiatives”, onde a entidade compartilhou o processo de internalização da ação climática na gestão turística do Estado. Em 2023, a fundação tornou-se o primeiro órgão público brasileiro a assinar o Acordo de Glasgow, reforçando seu compromisso com a descarbonização do setor.
A fundação compensou 581 toneladas de carbono geradas por seus eventos e ações institucionais, e adotou um modelo de gestão climática baseado nos pilares de medir, descarbonizar, mitigar, colaborar e financiar. A iniciativa conta com apoio da Green Initiative e da startup sul-mato-grossense Compensei.
Durante a COP 30, também foi apresentado o Plano de Ação Climática do Turismo de Bonito, estruturado em quatro eixos estratégicos: gestão de resíduos e economia circular; transição energética e mobilidade climática; educação ambiental voltada para o trade turístico, comunidade local e visitantes; e restauração de ecossistemas, com ênfase na proteção dos recursos hídricos e no reflorestamento.
Para Flávia Neri de Moura, assessora de sustentabilidade da Fundtur, a presença do Estado na COP reforça a conexão com as diretrizes da ONU Turismo. “Nosso trabalho está alinhado com os pilares globais que priorizam clima e meio ambiente”, afirmou.
O setor de turismo passou a ser reconhecido pela ONU como área prioritária para adaptação às mudanças climáticas. Diante disso, a Fundtur planeja continuar ampliando sua atuação a partir do Plano de Adaptação Setorial do Turismo, construído em parceria com o Ministério do Turismo e a ONU Turismo. O documento orientará as próximas ações estaduais e deve reforçar a integração entre conservação ambiental e desenvolvimento turístico em Mato Grosso do Sul.
Com protagonismo nacional e reconhecimentos internacionais, o Estado consolida uma política pública de turismo baseada na sustentabilidade e na resposta às emergências climáticas. Ao transformar desafios ambientais em oportunidades de inovação, Mato Grosso do Sul se firma como referência brasileira na transição ecológica do setor turístico.