A manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e a ampliação da presença internacional dos produtos sul-mato-grossenses foram os principais temas do 8º Fórum PNEFA-MS, realizado nesta quarta-feira (27), em Campo Grande. O evento reuniu produtores, técnicos, lideranças do agronegócio e representantes dos governos estadual e federal para alinhar estratégias de vigilância e expansão comercial.

Na abertura, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Jaime Verruck, reforçou que o elo entre produtores e o poder público é fundamental para garantir a sanidade do rebanho e conquistar novos mercados.

“Manter a vigilância sanitária permanente é o que nos dá segurança para seguir como referência no setor. É isso que nos permite acessar mercados exigentes e impulsionar nossa economia com sustentabilidade”, afirmou Verruck.

O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, destacou que o fim da vacinação não representa risco imediato, pois o vírus da aftosa está erradicado no Estado. No entanto, segundo ele, a resposta a qualquer eventualidade precisa ser rápida e eficaz.

“Nossa agência atua com inteligência e monitoramento territorial. O trabalho é contínuo. A vigilância é a base para mantermos o status sanitário”, disse Ingold, que apresentou no fórum as ações de controle desenvolvidas pela Iagro, incluindo a digitalização de sistemas.

O setor de proteína animal no Mato Grosso do Sul segue com desempenho consistente, com crescimento das exportações de bovinos, suínos e frangos

Durante o fórum, Verruck apresentou a palestra “Do MS para o Mundo: Ações do Governo para acesso a novos mercados”. Ele mostrou como a combinação entre produtividade, sanidade e sustentabilidade tem reposicionado o Estado como um dos protagonistas do agronegócio nacional.

Com uma expansão de 516% na área plantada nos últimos anos, o Estado tem ampliado sua base produtiva com grãos, cana e florestas plantadas sobre pastagens, impulsionando cadeias agroindustriais de forma sustentável.

Atualmente, Mato Grosso do Sul exporta para 170 países. O comércio exterior movimenta cerca de R$ 9,9 bilhões por ano, com destaque para a China, Ásia, Europa e América do Norte.

As exportações de carnes seguem em alta. Segundo dados de 2024, o Estado ocupa o 7º lugar entre os maiores exportadores de proteínas animais do país, com 6,54% de participação nacional. Foram mais de US$ 1,9 bilhão em receitas no setor, com quase 490 mil toneladas de carne bovina, suína e de frango embarcadas.

Com apoio de universidades e da União Europeia, o governo estadual implantou uma plataforma de conformidade ambiental, que permite rastrear cadeias produtivas e atender exigências internacionais, como desmatamento zero. A medida reforça a credibilidade de MS nos mercados externos, especialmente para soja, milho e carne bovina.

“Estamos atendendo exigências ambientais, agregando valor aos nossos produtos e fortalecendo o compromisso com uma produção de baixo carbono e com uso racional dos recursos naturais”, destacou Verruck.

Programas como o PSA Bioma Pantanal, o PSA Brigadas de Incêndio e o incentivo ao uso múltiplo dos rios cênicos também integram o pacote de medidas voltadas à valorização dos serviços ambientais e à conservação dos biomas do Estado.

Logística como pilar estratégico - A logística é outra prioridade da gestão estadual. A Rota Bioceânica — com 80% das obras concluídas na ponte internacional entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai) — é apontada como vetor fundamental para reduzir distâncias e custos logísticos até os mercados do Pacífico.

Segundo Verruck, o Estado também avança em investimentos em rodovias, hidrovias e ferrovias, dando suporte à expansão produtiva. “Nossa visão de futuro inclui infraestrutura, inovação, sustentabilidade e diálogo permanente com o setor produtivo”, concluiu.