Ana Castela usa adesivo para esconder orelha de abano, mas médicos alertam para riscos
Cantora mostrou nas redes sociais o truque estético, mas especialistas explicam os perigos e indicam opções seguras e eficazes
FAMOSOSDepois de um vídeo da cantora Ana Castela viralizar nas redes sociais mostrando o uso de fita adesiva para esconder as orelhas, o tema voltou à tona: como lidar com a chamada “orelha de abano”, condição que, embora não afete a saúde, costuma gerar desconforto estético, especialmente entre crianças e adolescentes.
No vídeo, Ana aparece aplicando uma fita transparente de alta fixação, vendida por cerca de R$ 200, usada para aproximar as orelhas da cabeça. A prática não é nova e, fora da internet, muita gente recorre a colas de cílios, adesivos comuns e até colas industriais — o que preocupa médicos.
Segundo a cirurgiã plástica Mônica Renesto Fontana do Amaral, do Sabará Hospital Infantil, usar colas inadequadas pode causar alergias, queimaduras químicas, infecções e ferimentos na cartilagem. “É uma região sensível, e o uso repetido de substâncias agressivas pode trazer danos sérios”, alerta.
A alternativa mais segura e definitiva, de acordo com os especialistas, é a otoplastia, uma cirurgia plástica que corrige a posição das orelhas. Ela é recomendada principalmente quando há queixa estética ou impacto psicológico.
“Além da aparência, muitos relatam alívio ao usar óculos ou fones de ouvido após o procedimento, pois a orelha deixa de ser pressionada”, explica Mônica. O ideal é realizar a cirurgia a partir dos 6 anos, quando a orelha já está formada, mas adultos também podem operar — até mesmo acima dos 50 anos, segundo o cirurgião plástico Juarez Avelar.
A cirurgia leva em média três horas, e o paciente volta para casa no mesmo dia, com acompanhamento durante a recuperação. Um curativo especial é usado até a cicatrização total.
Para bebês com até seis meses, existem soluções menos invasivas. Dispositivos de silicone moldam a orelha aproveitando a flexibilidade natural da cartilagem nessa fase. “Se iniciado até a sexta semana de vida, o tratamento pode evitar cirurgia futura”, explica Avelar.
Apesar da popularização de truques rápidos, especialistas reforçam que a aparência não deve ser tratada com improviso, principalmente quando pode afetar a saúde. Para quem se incomoda com as orelhas, o ideal é procurar orientação médica antes de usar qualquer produto ou recorrer a procedimentos.