Ederson Hising | 27 de novembro de 2025 - 14h45

Empresário nega confissão de assassinato de gari e complica versão em júri

Réu afirma que estava armado por ameaça, mas rejeita ter atirado no trabalhador que morreu em BH

NACIONAL
Empresário Renê da Silva Nogueira Junior foi preso após matar o gari Laudemir de Souza Fernandes com a arma da esposa, delegada da Polícia Civil. - (Foto: Reprodução)

Em julgamento por videoconferência nesta quarta-feira (26), o empresário acusado pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes negou que tenha confessado o crime em interrogatório à polícia. Ele reafirmou que estava armado naquele dia por ter sofrido ameaças de um ex-sócio, mas sustentou não ter disparado o tiro que vitimou o trabalhador.

O homicídio ocorreu em 12 de agosto, no bairro Vista Alegre, região oeste de Belo Horizonte, quando o gari estava em serviço no caminhão de coleta de lixo. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), o acusado teria atirado após discussão de trânsito ele estaria irritado com a lentidão provocada pelo caminhão. Foram ouvidas oito testemunhas no primeiro dia, incluindo a motorista do caminhão e colegas de trabalho da vítima. No segundo, depuseram policiais e o próprio réu.

Apesar de a polícia afirmar que ele confessou o crime em 18 de agosto, o réu declarou em juízo não haver, em seu depoimento, nenhuma admissão de ter atirado: "Eu não atirei em ninguém". Ele argumenta que, embora estivesse parado no trânsito por cerca de 30 minutos naquele dia, jamais se envolveu em briga ou passou a arma em direção a outra pessoa.

A acusação aponta ainda que a pistola usada era particular pertencente à esposa, servidora da Polícia Civil e que foi carregada no carro do acusado, saindo de casa no bairro Vila da Serra com destino a Betim. Após o disparo, ele fugiu do local e foi preso horas depois em uma academia.

Atualmente ele responde por homicídio qualificado por motivo fútil, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e perigo comum, além de ameaça e fraude processual. O caso segue sendo apurado no Tribunal do Júri e será decidido com base nos depoimentos, provas técnicas e versão final da defesa e acusação.