Tarcísio exalta privatização da Sabesp e critica esquerda em evento financeiro
Governador defende modelo adotado em São Paulo, diz que tarifa fica menor com participação do Estado e afirma que "o privado faz quase tudo melhor"
ECONOMIAO governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender firmemente a privatização da Sabesp e aproveitou um evento do setor financeiro nesta quarta-feira (26), em São Paulo, para criticar a esquerda e o que chamou de “resistência atrasada” ao processo de desestatização.
Durante o UBS Wealth Management Latam Summit, Tarcísio afirmou que o modelo adotado pelo Estado permite que os ganhos da companhia sejam compartilhados com a população por meio da modicidade tarifária — algo que, segundo ele, não teria sido proposto por governos progressistas.
“É o único caso em que o cidadão participa do resultado de uma empresa na forma de modicidade tarifária. Quem faz isso não é a esquerda. É a direita”, disse. “Só cuida das pessoas quem cuida das contas, e estamos mostrando que sabemos cuidar das contas.”
O governador lembrou que sua gestão enfrentou 51 ações judiciais contra a privatização e afirmou que o Estado se estruturou para superar as disputas. Defendeu que o modelo anterior não conseguia atender áreas informais e favelas, enquanto o novo contrato permitirá universalizar cobertura de coleta e tratamento de esgoto nessas regiões.
Tarcísio também citou pesquisas internas que indicariam aprovação popular à privatização e explicou que o Estado decidiu manter participação acionária como estratégia para reinvestir os dividendos na própria empresa, reduzindo pressões futuras na tarifa. “A curva tarifária ficará sempre abaixo da projetada originalmente”, afirmou.
O governador aproveitou a fala para reiterar sua visão liberal sobre o papel do Estado: “O Estado tem que passar para o privado aquilo que o privado pode gerir melhor. Ou seja: quase tudo. O privado faz quase tudo melhor que o Estado. O Estado tem que ser regulador.”
Ele também destacou o avanço de programas estaduais de concessões e privatizações, que somam R$ 380 bilhões contratados, além de oito estatais já extintas ou desestatizadas.
No campo tributário, mencionou as quatro rodadas de transação tributária implementadas pelo governo, que já resultaram em quase R$ 64 bilhões em acordos e garantem fluxo anual estimado em até R$ 4 bilhões.
O discurso incluiu críticas ao governo federal, especialmente após declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre usuários de drogas. Tarcísio disse que enfrenta o crime organizado com rigor e defendeu penas mais duras: “Traficante escraviza o usuário. Essa turma está desgraçando o Brasil. Temos que aumentar o custo do crime.”
Segundo ele, o Brasil segue “na direção errada”, mas ainda é possível corrigir o rumo rapidamente — começando, segundo o governador, por reformas fiscais e avanços na segurança pública.