Redação Estadão | 26 de novembro de 2025 - 11h10

CPI do Crime Organizado convida comandantes das Forças Armadas e convoca executivo da Meta

Senadores querem ouvir militares sobre controle de fronteiras e investigar o uso de redes sociais por organizações criminosas

POLÍTICA
Comissão pretende apurar envolvimento de redes sociais e atuação das Forças Armadas no combate ao crime organizado - (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o crime organizado aprovou nesta quarta-feira (26) convites para ouvir os comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, e o chefe do Comando Militar da Amazônia, general Luiz Gonzaga Viana Filho. Como se tratam de convites, os militares não são obrigados a comparecer à comissão.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), autor do pedido, argumenta que as Forças Armadas têm papel essencial na vigilância das fronteiras, especialmente no combate ao tráfico de armas e drogas por rotas aéreas e marítimas.

Também foi aprovada a convocação do diretor-geral da Meta no Brasil, Conrado Leister. A empresa, que controla Facebook, Instagram e WhatsApp, é acusada de permitir o uso sistemático das plataformas para atividades criminosas. O relator Alessandro Vieira (MDB-SE) destacou documentos que indicariam o conhecimento da Meta sobre o uso de anúncios para golpes e comércio de ilícitos, e a obtenção de lucros com tais práticas.

Outro nome convocado foi o ex-deputado estadual do Rio de Janeiro, Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias (MDB-RJ), preso e acusado de ligação com facções criminosas por meio de comércio de armas e lavagem de dinheiro.

Além disso, foram convidados representantes de órgãos estratégicos no combate ao crime, como os chefes da PRF, Receita Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública e Coaf.

A CPI foi instalada após operações policiais no Rio de Janeiro com elevado número de mortes e busca mapear o funcionamento das facções e milícias no Brasil, sugerindo mudanças legais e institucionais.