Débora Louise | 26 de novembro de 2025 - 09h45

Senado aprova aposentadoria especial para agentes de saúde e combate às endemias

PLP 185/2024 define regras com idade mínima e integralidade para agentes que atuam na linha de frente do SUS

PROJETO DE LEI
Aprovado no Senado, projeto reconhece papel essencial de agentes de saúde na linha de frente do SUS - (Foto: Arquivo)

Os agentes comunitários de saúde (ACS) e de combate às endemias (ACE) estão mais próximos de conquistar um direito aguardado há décadas: a aposentadoria especial. O Senado Federal aprovou na terça-feira (26) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 185/2024, que estabelece regras claras para o benefício. A proposta agora segue para votação na Câmara dos Deputados, última etapa antes de virar lei.

A medida é considerada um avanço importante para a categoria, que atua diretamente na prevenção de doenças e no acompanhamento das famílias dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). O deputado federal Renato Câmara (MDB-MS), presidente da Frente Parlamentar em Apoio aos ACS e ACE, esteve presente na sessão e celebrou a decisão. “É uma vitória de justiça com quem transforma a saúde pública todos os dias”, afirmou.

Com a aprovação, a categoria passa a ter critérios definidos para se aposentar com integralidade e paridade, ou seja, com o salário integral e direito a reajustes iguais aos da ativa. O texto estabelece idade mínima de 50 anos para mulheres e 52 para homens, desde que tenham atuado por pelo menos 20 anos como ACS ou ACE.

Também há previsão para aposentadoria proporcional a quem tenha 15 anos na função e mais 10 em outra atividade, respeitando as idades mínimas.

Renato Câmara destacou o impacto direto do trabalho dos agentes na redução de internações, no controle de epidemias como a dengue e na melhoria de indicadores de saúde. “Cada real investido nesses profissionais evita de quatro a sete reais em internações e procedimentos mais caros. É uma economia baseada em prevenção e cuidado”, argumentou.

Ele também lembrou que os ACS e ACE são muitas vezes os únicos representantes do SUS em áreas rurais, comunidades carentes e regiões de difícil acesso. “Esses profissionais enfrentam riscos e realidades duras, mas seguem firmes, levando atendimento, informação e prevenção à população”, disse.

A expectativa agora é pela aprovação definitiva na Câmara dos Deputados, onde o projeto será analisado nos próximos dias. Renato Câmara garantiu que continuará atuando para garantir a promulgação da nova lei.