Senado homenageia mulheres que atuaram pela redemocratização há 40 anos
Exposição destaca pioneiras da luta por igualdade de direitos e relembra papel de comunicadoras invisibilizadas na Constituinte de 1988
DEMOCRACIAQuatro décadas após o fim da ditadura militar, o Senado Federal abriu nesta terça-feira (25) a exposição “Mulheres na Redemocratização”, em homenagem a profissionais e parlamentares que tiveram papel decisivo na construção da democracia e na formulação da Constituição de 1988. A mostra pode ser visitada presencialmente na galeria Ivandro Cunha Lima, na sede do Senado, e também em formato virtual pelo site da Casa.
Entre as homenageadas está a jornalista Mara Régia di Perna, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), uma das vozes mais ativas do rádio brasileiro durante o processo de redemocratização. À frente do programa Viva Maria desde o início dos anos 1980, ela usou o microfone para pautar os direitos das mulheres e mobilizar ouvintes em um momento decisivo da política nacional.
Durante a abertura, Mara relembrou o impacto de iniciativas populares naquele período, como a entrega da carta da sufragista Carmen Portilho a Ulysses Guimarães. “Mobilizamos as pessoas nos momentos de votação que aconteciam aqui. Foi com muita luta que conseguimos incluir na Constituição a igualdade entre homens e mulheres”, afirmou.
A exposição é organizada pela Rede Equidade e pelo Comitê Permanente de Gênero e Raça do Senado. Para Maria Terezinha Nunes, coordenadora da Rede Equidade, a iniciativa busca dar visibilidade a histórias apagadas pela narrativa oficial. “Essas mulheres deixaram um legado de coragem e resistência. Elas fizeram toda a diferença”, destacou.
Além da mostra, a programação inclui um documentário e um seminário marcado para 9 de dezembro, das 8h30 às 18h, no auditório Antonio Carlos Magalhães. O evento integra a campanha “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres” e reunirá lideranças femininas que atuaram nos movimentos de resistência. Três painéis estão previstos: um sobre a atuação durante a ditadura, outro sobre as lutas no campo e nas florestas, e um terceiro sobre políticas institucionais voltadas à equidade de gênero e raça.