Redação E+ | 26 de novembro de 2025 - 07h35

Quatro presidentes brasileiros foram presos desde a redemocratização

Jair Bolsonaro, Lula, Temer e Collor enfrentaram prisão por diferentes investigações

POLÍTICA
Com a prisão de Jair Bolsonaro, quatro ex-presidentes do Brasil enfrentaram detenção desde a redemocratização. - (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

A prisão de Jair Bolsonaro (PL) eleva para quatro o número de ex-presidentes detidos no Brasil desde a redemocratização: Lula, Michel Temer, Fernando Collor e o próprio Bolsonaro. Considerando também períodos anteriores, oito presidentes já foram presos, incluindo Hermes da Fonseca, Washington Luís, Arthur Bernardes e Juscelino Kubitschek, em contextos políticos diversos, da República Velha à ditadura militar.

Washington Luís (1926-1930) foi deposto e preso após a Revolução de 1930. Hermes da Fonseca (1910-1914) foi detido em 1922, acusado de incentivar levantes armados. Juscelino Kubitschek (1956-1961) cumpriu prisão em 1968 durante a repressão da ditadura militar após o AI-5. Arthur Bernardes (1922-1926) foi preso e exilado pelo governo Vargas durante a revolução constitucionalista de 1932.

Entre os presidentes pós-redemocratização, Lula foi o primeiro a ser detido. Em abril de 2018, foi preso na Operação Lava Jato, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Cumpriu 580 dias em Curitiba até a decisão do STF, em 2019, que proibiu a prisão após condenação em segunda instância.

Michel Temer foi preso em março de 2019 na Operação Descontaminação, ligada à Lava Jato do Rio de Janeiro, investigando corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitações. O ex-presidente foi apontado como líder de um esquema bilionário, mas solto após decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, que considerou antigos os indícios e a ausência de risco à ordem pública.

O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso em abril de 2025, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, após condenação de 8 anos e 10 meses por corrupção. Collor foi acusado de receber R$ 20 milhões em propina da UTC Engenharia em troca de favorecer contratos da BR Distribuidora. Cumpre a pena em prisão domiciliar em Maceió.

Jair Bolsonaro começou a cumprir pena nesta terça-feira (25) após trânsito em julgado da ação penal sobre a trama golpista. Condenado a 27 anos e três meses, responde por organização criminosa armada, dano qualificado à União, golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Como a pena excede oito anos, cumpre em regime fechado na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde já estava preso preventivamente desde sábado (22).