Aguirre Talento e Hugo Henud | 25 de novembro de 2025 - 17h00

Moraes manda prender generais condenados por tentativa de golpe

Oficiais vão cumprir pena em unidades militares após fim dos recursos no Supremo

GOLPE DE ESTADO
Moraes manda prender generais condenados por golpe após fim dos recursos; penas variam de 19 a 26 anos. - (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Supremo Tribunal Federal deu início nesta terça-feira (25) à execução das penas dos oficiais-generais condenados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, no mesmo processo que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ordem foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no STF.

Com o fim do prazo para recursos e a certificação do trânsito em julgado, passam a cumprir pena em regime fechado os generais da reserva Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, além do almirante Almir Garnier. Eles foram detidos em instalações militares, com apoio da Polícia Federal e do Exército.

A detenção dos militares foi autorizada após o encerramento, às 23h59 de segunda-feira (24), do prazo para interposição de novos recursos. Alguns advogados chegaram a apresentar os chamados “embargos dos embargos” e embargos infringentes, mas ambos foram rejeitados por Moraes.

A jurisprudência do STF considera os segundos embargos de declaração como tentativa protelatória. Já os embargos infringentes só são admitidos quando há ao menos dois votos divergentes — o que não ocorreu neste caso, em que apenas o ministro Luiz Fux votou pela absolvição.

Com isso, Moraes certificou o trânsito em julgado, permitindo que a fase de execução penal fosse iniciada. Os militares agora cumprem pena em regime fechado, com prisão em instalações das Forças Armadas.

Segundo fontes do Exército e da Polícia Federal, os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e o almirante Almir Garnier foram levados para o Comando Militar do Planalto, em Brasília. O general Braga Netto permanece detido em um quartel no Rio de Janeiro, onde já estava preso desde decisão anterior.

A execução das prisões foi feita de maneira coordenada entre as Forças Armadas e a Polícia Federal, em cumprimento direto da ordem judicial do Supremo.

As condenações variam entre 19 e 26 anos de prisão, todas em regime fechado. O general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro, foi condenado a 21 anos.

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, recebeu pena de 19 anos. Já Walter Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa, foi condenado a 26 anos de prisão. O ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, recebeu pena de 24 anos.

Todos foram sentenciados por envolvimento direto na trama golpista que visava anular o resultado das eleições de 2022.