Augusto Heleno e Paulo Sérgio são levados ao Comando Militar do Planalto após condenação no STF
Generais aguardam execução da pena por participação na tentativa de golpe de Estado
JUSTIÇAOs generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram levados na tarde desta terça-feira (25) para o Comando Militar do Planalto, em Brasília. Ambos foram condenados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, mas ainda aguardam a decretação oficial do trânsito em julgado das sentenças — etapa que torna as penas definitivas e passíveis de execução.
Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi sentenciado a 21 anos de prisão em regime inicial fechado, além de 84 dias-multa. Já Paulo Sérgio, que comandou o Ministério da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro, recebeu pena de 19 anos também em regime fechado e 84 dias-multa. Cada dia-multa equivale a um salário mínimo vigente à época dos fatos.
Ambos são apontados como integrantes do núcleo estratégico da trama que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), articulou a tentativa de invalidar o resultado das eleições de 2022 e manter Bolsonaro no poder.
Sem trânsito em julgado, mas sob custódia - Apesar de ainda não terem a condenação transitada em julgado, os dois ex-ministros foram levados sob custódia preventiva para o Comando Militar do Planalto, onde permanecerão até novas deliberações da Corte. A medida pode estar relacionada a ações cautelares ou à segurança dos réus enquanto se aguarda o desfecho do trâmite judicial.
A expectativa é que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, declare em breve o trânsito em julgado das ações penais também para Heleno e Nogueira, como já ocorreu com Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Anderson Torres.
Parte de um grupo maior - Além dos dois generais, outras figuras do alto escalão do governo anterior foram condenadas pela Corte. O caso é considerado um dos julgamentos mais relevantes do STF desde a redemocratização, por envolver militares da ativa e da reserva, além de membros do primeiro escalão do Executivo.
O processo é parte de um conjunto de ações que investigam a articulação para um golpe de Estado, com base em provas como reuniões com militares, documentos elaborados para sustentar o rompimento institucional e discursos antidemocráticos incentivados por figuras públicas.