O que antes era resíduo de floresta virou matéria-prima para bolsas, sacolas e caixas. Agora, também virou vitrine. Nos dias 27 e 28 de novembro, o trabalho de 45 artesãs de Bataguassu, no interior de Mato Grosso do Sul, vai ocupar um espaço nobre no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

A exposição se chama Costura Sustentável. É o nome de um projeto que começou pequeno, como oficina de capacitação, e se tornou referência em empreendedorismo feminino. As peças são feitas com material reciclado: uniformes usados, embalagens de fertilizantes, tecidos reaproveitados. O que seria descartado, ganhou nova forma, cores e destino.

As mulheres por trás da transformação agora têm nome de grupo: Associação Ipê Rosa. Formalizada depois da capacitação, a associação é também uma conquista de autogestão. Juntas, elas organizam a produção, escolhem os modelos, cuidam da entrega.

A renda aumentou, a autoestima também. Segundo os organizadores, houve um crescimento de 16% na renda das participantes. Mas o número diz pouco perto das falas de quem vive o processo. A presidente da associação, Ana Nelly, costureira, contou que muitas mulheres que chegaram ali em situação difícil hoje se sentem respeitadas. Disse que o maior ganho foi descobrir a própria capacidade de sustento e independência.

A nova coleção traz bolsas térmicas, caixas organizadoras, nécessaires e sacolas, com apliques e adereços desenvolvidos em parceria com designers. A ideia era incluir pintura no processo. E funcionou. O resultado é leve, colorido e funcional.

A exposição já passou por Campo Grande e Três Lagoas. Agora chega a São Paulo. O evento é promovido pela MS Florestal, com apoio do Sebrae/MS e do Bracell Social. Para os organizadores, estar no Tomie Ohtake é o reconhecimento de um trabalho que conecta desenvolvimento local e economia circular.

O público poderá visitar a mostra nos dias 27 e 28 de novembro, das 11h às 19h, na loja IT Design, dentro do Instituto. A entrada é gratuita.