Apesar da intenção de compra, consumidores estão mais cautelosos na Black Friday
Mais da metade dos sul-mato-grossenses pretende comprar, mas pesquisa mostra queda de 18% no volume financeiro em 2025
CONSUMO PÉ-NO-CHÃOA Black Friday deste ano vai acontecer em clima de cuidado. Ao menos é o que indica uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF/MS), em parceria com o Sebrae MS. O levantamento mostra que 52% dos sul-mato-grossenses pretendem comprar na data, mas o valor movimentado deve cair. A estimativa para 2025 é de R$ 354 milhões em vendas, número 18% menor do que no ano passado.
A explicação está no comportamento mais racional dos consumidores. A economista do IPF/MS, Ludmila Velozo, resume o cenário: o consumidor continua interessado, mas pensa melhor antes de gastar. Ela diz que os compradores estão priorizando o essencial e buscando descontos reais. "A Black Friday ainda é importante para o comércio, mas o consumidor de 2025 compara preços e foca no que realmente precisa", afirma.
O estudo ouviu 1.982 pessoas entre os dias 3 e 8 de novembro, em sete cidades de Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Bonito, Dourados, Coxim, Corumbá/Ladário, Ponta Porã e Três Lagoas. A margem de erro varia entre 5% e 6%, com intervalo de confiança de 95%.
Entre os que pretendem comprar, a maioria vai optar pelo ambiente digital. Das pessoas que responderam à pesquisa, 78% disseram que farão as compras pela internet. Apenas 23% devem procurar as lojas físicas. Entre os locais mais citados para compras presenciais estão o centro da cidade, com 43% de preferência, seguido pelos shoppings, com 27%, galerias com 13% e bairros com 12%.
O valor médio que cada consumidor pretende gastar é de R$ 454,73. A maior parte está disposta a gastar entre R$ 300 e R$ 400 (21%) ou entre R$ 200 e R$ 300 (20%). A pesquisa mostra que o perfil da maioria dos compradores é de trabalhadores com carteira assinada (51%). Empresários aparecem em seguida com 16%, depois vêm autônomos (14%) e servidores públicos (12%).
Os produtos mais desejados na Black Friday deste ano também chamam atenção. Em primeiro lugar estão os itens voltados ao trabalho, com 21% da preferência. Em seguida vêm notebooks e computadores, com 20%, e depois, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, com 19%. Tablets e celulares somam 14%. Há ainda 10% de consumidores que ainda não decidiram o que pretendem comprar.
Por outro lado, 48% dos entrevistados disseram que não pretendem aproveitar a data. O principal motivo é a desconfiança quanto aos descontos. Metade dessas pessoas (53%) acredita que as promoções não são reais. Outros 20% citaram a incerteza econômica, 18% afirmaram que estão sem dinheiro e 10% disseram ter medo de gastar agora.
A pesquisa mostra que, apesar da redução no valor movimentado, a Black Friday segue como uma data importante para o comércio. Só que agora ela vem cercada de mais pesquisa, mais comparação e menos impulso. No Mato Grosso do Sul, 2025 deve marcar uma sexta-feira mais pé no chão.