O influenciador e empresário Gabriel Spalone chegou ao Brasil na última sextafeira, 21 de novembro, após extradição da Argentina. Ele é alvo da investigação da Polícia Civil do Estado de São Paulo por suposto desvio de mais de R$146milhões por meio de transferências via Pix. O esquema teria sido operado por meio de suas empresas, as fintechs Dubai Cash e Next Trading Dubai.

Segundo a investigação, Spalone estava detido em Buenos Aires desde 27 desetembro, quando foi preso após desembarcar de um voo vindo do Panamá. A defesa, representada pelo advogado Eduardo Maurício, informou que o cliente “concordou com a extradição” e que a detenção reforça a colaboração de Spalone com as apurações. A defesa ainda afirma que “o influenciador nunca fugiu”, uma vez que ele já estava no exterior, e que o episódio configura “aventura jurídica” por parte das autoridades.

Como o esquema teria funcionado - A investigação revelou que o grupo usou contas em instituição bancária para movimentar valores via Pix em fevereiro deste ano. Parte desse dinheiro foi estornado — no total, a quantia identificada ultrapassa os R$146,5milhões. A operação, chamada de Operação Dubai, cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em SãoPaulo e no interior do estado.

O esquema envolvia múltiplas contas (dez apenas para uma das etapas) e a utilização da credencial de uma prestadora de serviços para desviar recursos do banco. Além de Spalone, outros dois homens são investigados por participação no golpe e teriam lucrado quase R$75milhões.

O que muda agora - Com a extradição, o Brasil retoma o controle dos procedimentos contra Spalone. Ele deverá responder no país pelos crimes de furto mediante fraude, associação criminosa e demais práticas associadas ao desvio de recursos financeiros. A prisão e operação internacional reforçam o alcance da investigação e ampliam as possibilidades de cooperação entre autoridades diplomáticas e policiais.