Indicado ao STF, Jorge Messias envia recado político ao Senado e exalta Alcolumbre
Advogado-geral da União publica nota e se coloca à disposição para sabatina que definirá sua entrada na Corte
PODERO advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nesta segunda-feira, 24 de novembro, uma nota pública dirigida ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Caberá a Alcolumbre a decisão de pautar a sabatina de Messias, passo necessário para sua confirmação ao cargo.
No texto, o indicado tenta acalmar os bastidores políticos e sinaliza respeito à liderança de Alcolumbre, que preferia o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso. “Tenho uma relação saudável, franca e amigável com Vossa Excelência, por quem nutro grande admiração e apreço”, escreveu Messias.
A nota foi interpretada por aliados como uma tentativa de desarmar resistências e abrir caminho para articulações mais fluidas entre o Executivo e o Senado na etapa final do processo de nomeação.
Discurso político e institucional - Messias também aproveitou o comunicado para reforçar o tom institucional da sua candidatura ao STF. Disse que buscará ouvir todos os senadores e que está disposto a dialogar sobre suas visões e propostas para o Supremo. “Vou procurar cada um dos senadores e ouvir atentamente suas preocupações com a Justiça de nosso País, bem como expor minhas perspectivas que devo levar ao Supremo Tribunal Federal, para lá agir em defesa de nossa Constituição Federal.”
O advogado-geral ainda destacou o papel da política como ferramenta democrática e elogiou o trabalho de Alcolumbre como presidente da CCJ. “O reconheço como autêntico líder do Congresso Nacional, atento a elevados processos decisórios, em favor de nosso País”, afirmou.
A escolha de Messias por Lula foi recebida com críticas por parte de setores do Senado, especialmente por aqueles que viam na nomeação uma oportunidade de consolidar um nome mais político, como o de Rodrigo Pacheco. Ao optar por Messias, Lula manteve o padrão de escolher aliados de confiança e com perfil técnico-jurídico.
Messias, que ganhou notoriedade como um dos principais articuladores jurídicos do governo, é considerado um dos nomes mais próximos do presidente. Sua indicação ao STF confirma a intenção de Lula em consolidar sua influência na mais alta Corte do país.
Após a indicação presidencial, o próximo passo é a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça. A data ainda não foi definida por Alcolumbre, que terá papel central no andamento do processo. Se aprovado na comissão, Messias ainda precisará passar por votação no plenário do Senado, onde é necessário o apoio de pelo menos 41 senadores.
O clima no Senado ainda é de expectativa, com articulações nos bastidores tanto favoráveis quanto contrárias à indicação. A nota pública desta segunda-feira é vista como um movimento estratégico para suavizar resistências e preparar o terreno para a sabatina.