Casos de meningite aumentam em Santa Catarina e estado já registra sete mortes em 2025
Secretarias alertam para importância da vacinação e reforçam medidas preventivas diante do avanço da doença
SAÚDESanta Catarina enfrenta um aumento expressivo nos casos e mortes por meningite em 2025. De janeiro a outubro, sete pessoas morreram em decorrência da doença, mais que o dobro do total registrado em todo o ano passado, quando foram confirmadas três mortes. Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A faixa etária mais atingida é a de 30 a 39 anos. Entre os sete óbitos registrados até agora, três foram causados pelo sorogrupo C da meningite meningocócica — o mais comum e letal no estado — e ocorreram em pessoas de 20 a 39 anos.
O número de diagnósticos também cresceu de forma consistente. Em 2021, foram notificados 14 casos de meningite em Santa Catarina. Esse número subiu para 26 em 2022, 30 em 2023 e 28 no ano passado. Somente nos dez primeiros meses de 2025, já são 36 registros, superando todas as marcas anteriores.
A SES atribui parte desse aumento à baixa cobertura vacinal, à retomada da circulação de vírus e bactérias após o período de maior isolamento da pandemia e à maior vigilância dos casos.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza vacinas gratuitas que protegem contra os principais tipos de meningite bacteriana: BCG, Haemophilus influenzae tipo B, Pneumocócica, Meningocócica C e Meningocócica ACWY. Todas estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em Santa Catarina.
A vacina Meningocócica C é aplicada em crianças a partir dos três meses de idade, com duas doses aos 3 e 5 meses e um reforço aos 12 meses com a vacina ACWY. A versão ACWY também faz parte da rotina vacinal para adolescentes de 11 a 14 anos.
“O sorogrupo C continua sendo o mais comum e com maior índice de letalidade no estado. A vacinação é a ferramenta mais eficaz para proteger a população, especialmente crianças, adolescentes e jovens adultos”, destaca Arieli Fialho, gerente de Imunização da Dive-SC.
A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou até por fatores não infecciosos. A forma bacteriana é a mais grave, com rápida evolução.
Os principais sintomas incluem febre, dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço, náuseas e vômitos. Em quadros mais graves, manchas roxas na pele podem surgir — sinal de meningococemia. Alterações no comportamento, como confusão mental, sonolência excessiva e dificuldade para acordar, também merecem atenção. Em bebês, os sintomas podem ser inespecíficos: irritabilidade, cansaço, febre e perda de apetite.
A SES reforça outras medidas essenciais para evitar a propagação da doença, especialmente em ambientes com maior aglomeração, como escolas, creches e espaços de trabalho:
- Manter ambientes bem ventilados
- Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel
- Limpar superfícies e objetos de uso comum
- Evitar o compartilhamento de itens pessoais como talheres, copos e garrafas
- Redobrar os cuidados com brinquedos e utensílios em locais com crianças
A SES também orienta que qualquer pessoa com sintomas suspeitos procure atendimento médico imediatamente, já que o diagnóstico e tratamento precoces são determinantes para evitar complicações e mortes.