Governadores aliados criticam prisão de Bolsonaro e atacam decisão do STF
Tarcísio, Caiado, Zema, Ratinho Jr. e Castro saem em defesa do ex-presidente e falam em injustiça e perseguição
POLÍTICAA prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado (22), provocou reações imediatas de governadores aliados. Nomes de peso da direita que miram as eleições de 2026, como Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG), Ratinho Júnior (PR) e Cláudio Castro (RJ), se manifestaram com críticas ao Judiciário e em defesa do ex-presidente.
As declarações, publicadas nas redes sociais, ecoam a narrativa de que a prisão desconsiderou o estado de saúde de Bolsonaro e representa uma suposta perseguição política. Todos os cinco governadores citados são apontados como possíveis candidatos à presidência ou ao Senado no próximo ciclo eleitoral.
Tarcísio fala em ‘atentado à dignidade humana’ - Governador de São Paulo e nome mais próximo de Bolsonaro entre os gestores estaduais, Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou a prisão como “irresponsável” e disse que a medida “atenta contra o princípio da dignidade humana”, especialmente por desconsiderar “o grave estado de saúde” do ex-presidente.
Tarcísio também declarou que confia na inocência de Bolsonaro e prometeu lutar para “reparar essa injustiça o quanto antes”.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), classificou a detenção como “um triste capítulo da vida política nacional”. Em vídeo publicado nas redes, Caiado afirmou que o processo contra Bolsonaro tenta “envergar sua dignidade até o limite que um homem pode suportar”.
Ele ainda comparou a acusação de tentativa de fuga ao que chamou de “suposição da derrubada do Estado Democrático de Direito promovida por um bando de baderneiros”, numa referência aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Caiado pediu que o caso seja reavaliado pelo plenário do STF.
Para Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, a decisão de Moraes “demonstra insensibilidade do Poder Judiciário”. Ele também destacou que Bolsonaro enfrenta problemas de saúde desde o atentado à faca em 2018 e que isso deveria ser levado em conta.
“Todos sabem que a saúde do ex-presidente não é boa desde que ele foi vítima de uma facada”, escreveu.
Zema vê perseguição ideológica - Romeu Zema (Novo), que governa Minas Gerais, também criticou duramente a prisão, afirmando que “a Justiça está sendo utilizada como arma de perseguição ideológica”. Segundo ele, “a injustiça prevaleceu” e o Brasil vive um momento delicado institucionalmente. Zema também prestou solidariedade à família do ex-presidente.
Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) foi direto ao se referir a Bolsonaro como “homem honesto” que deveria receber “um mínimo de deferência”.
Castro declarou que “o país amanheceu triste” e sugeriu que a prisão atinge a imagem da própria instituição presidencial: “De prisões em prisões, vamos desconstruindo uma instituição chamada Presidência da República”. Ele concluiu dizendo que permanecerá ao lado de Bolsonaro neste momento.
Reações marcam disputa antecipada pela direita em 2026 - As manifestações vieram poucas horas após a prisão preventiva ser anunciada, evidenciando a articulação política entre Bolsonaro e seus aliados mais próximos. Tarcísio, Zema, Caiado e Ratinho são cotados para ocupar o espaço eleitoral da direita, especialmente diante da possibilidade de Bolsonaro ficar inelegível ou fora da disputa.
A rápida mobilização também aponta para uma tentativa de consolidar uma narrativa de vitimização e perseguição, comum entre apoiadores do ex-presidente, mirando desde já a polarização nas urnas em 2026.