Gleisi Hoffmann diz que prisão de Bolsonaro "segue rigorosamente o devido processo legal"
Ministra defende STF e PGR e cita riscos reais de fuga do ex-presidente; Boulos afirma: "Ditadura nunca mais"
PODER EXECUTIVOA ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou neste sábado (22) que a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi tomada “dentro dos ritos do devido processo legal” e sustentada em “riscos reais de fuga” apontados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, que atendeu a um pedido da Polícia Federal, menciona a violação da tornozeleira eletrônica e o potencial de tumulto com a convocação de uma vigília em frente ao condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar. Moraes considerou que o evento poderia facilitar uma fuga do ex-presidente, cuja casa fica próxima à Embaixada dos Estados Unidos.
“A decisão do ministro Alexandre de Moraes está fundamentada nos riscos reais de fuga do chefe da organização golpista, na iminência do trânsito em julgado de sua condenação para cumprimento da pena”, declarou Gleisi nas redes sociais.
A ministra também citou que o processo contra Bolsonaro foi marcado por “tentativas violentas de coação da Justiça”, mencionando o tarifaço e sanções do tipo Magnitsky impostas por órgãos internacionais.
Boulos: “Ditadura nunca mais” - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), também comentou a prisão. Em publicação na rede X, afirmou que “ninguém está acima da democracia” e que a prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe deve ser um marco na história brasileira.
“Ninguém pode trair a pátria impunemente. Que a prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado represente um grande marco para nossa história: Ditadura nunca mais!”, escreveu.
Boulos já havia comentado, um dia antes, sobre a fuga de aliados do ex-presidente, como Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem. “Além de traidores, são covardes. Alguém tem dúvida de que Jair teria fugido se não estivesse em prisão domiciliar?”, publicou.
A audiência de custódia do ex-presidente está marcada para este domingo (23). A defesa já informou que recorrerá da decisão e volta a alegar risco à integridade física de Bolsonaro em ambiente de regime fechado.
Condenado a 27 anos e 3 meses na ação penal do chamado “Núcleo 1” da trama golpista, Bolsonaro ainda aguarda o julgamento de recursos. O cumprimento da pena definitiva depende do trânsito em julgado da decisão, mas, por ora, a prisão preventiva já mantém o ex-presidente custodiado nas dependências da Polícia Federal.