O advogado Martin de Luca, representante do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e de empresas como a Rumble e a Trump Media, criticou duramente a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma série de postagens neste sábado (22) na rede X, De Luca acusou Moraes de sabotar os esforços diplomáticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reaproximar o Brasil dos Estados Unidos sob influência da ala trumpista.

“Lula e Alckmin correram contra o relógio por meses para estabilizar a relação do Brasil com os EUA. Eles sabem que o Brasil caminha sobre gelo fino com Donald Trump. Finalmente, receberam o primeiro sinal de boa vontade ontem”, escreveu o advogado. “Na manhã seguinte, Moraes sabota todo o esforço diplomático com uma única decisão, exatamente o tipo de excesso que desencadeou a crise.”

Acusações contra Moraes e temor de isolamento internacional - De Luca, que representa Trump e suas empresas em ações na Justiça Federal da Flórida, foi responsável por uma queixa civil contra o ministro Alexandre de Moraes por supostas violações de liberdade de expressão no Brasil. Segundo o advogado, a decisão do STF de decretar a prisão preventiva de Bolsonaro vai na contramão dos avanços recentes no diálogo entre o governo brasileiro e aliados do ex-presidente norte-americano.

“Enquanto a equipe de Lula tenta desesperadamente reconstruir a confiança com os EUA, Moraes faz tudo o que pode para provar por que foi sancionado”, declarou De Luca, referindo-se a sanções simbólicas propostas por membros do Partido Republicano. “Se o Brasil quer credibilidade no exterior, talvez devesse começar por pôr sua própria casa em ordem, porque, neste momento, um homem está desfazendo o trabalho de todos os outros em tempo real.”

Apoio de aliados internacionais a Bolsonaro - Martin de Luca também retuitou declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em apoio ao ex-presidente. “Bolsonaro é inocente e o tempo mostrará. Seguimos firmes ao seu lado e lutaremos para que essa injustiça seja reparada o quanto antes”, escreveu Tarcísio.

Outros nomes ligados ao ex-presidente Trump também criticaram a prisão de Bolsonaro. Jason Miller, conselheiro político de Trump, e o brasilianista Brian Winter manifestaram preocupação com o impacto da medida para a imagem internacional do Brasil. As declarações reforçam a percepção de que o caso de Bolsonaro está sendo acompanhado com atenção nos círculos conservadores norte-americanos.

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada neste sábado, está sendo vista por parte da oposição e de apoiadores internacionais como um fator de instabilidade política e institucional. A proximidade entre Bolsonaro e Trump amplia a relevância da reação dos aliados norte-americanos em um momento em que o Brasil busca fortalecer seu posicionamento no cenário internacional, sobretudo nas vésperas da COP30 e em meio à presidência sul-africana do G20.