Mulheres trocam salto por tênis e unem saúde e bem-estar com ato de solidariedade
Confraternização do studio Sabrina Basílio abandona o jantar formal e ganha novo sentido em trilha com plantio de árvores e doação de brinquedos
SAÚDE E LAZERO que começou como uma simples confraternização de fim de ano se transformou em uma vivência inesquecível. Foi esse o tom do evento promovido pelo Studio Sabrina Basílio, realizado ao ar livre na Trilha do Agrião, em Campo Grande, neste sábado (22) que reuniu alunos e alunas para um dia de conexão com a natureza, plantio de árvores e ação solidária.
“Todo ano a gente faz um jantar em restaurante. Dessa vez, eu quis fazer algo diferente. Convidei todos para tirarem o salto, colocarem tênis, protetor solar e se sujarem. Era isso que eu queria, tirá-los da zona de conforto”, contou Sabrina que atua há mais de 22 anos como personal trainer. “Aqui é um lugar mágico. Tenho certeza de que cada um vai sair daqui encantado.”
A manhã incluiu uma caminhada pela trilha, construída há cerca de oito anos por Carlos Barbosa de Oliveira. A trilha, que atravessa o terreno onde antes se produzia agrião, virou ponto de encontro para quem busca contato com o verde e tranquilidade. “Inventei a trilha porque a força foi acabando e trabalhar com horta já não dava mais. Hoje, é tudo no boca a boca. Quem chega aqui, é porque alguém bom já passou e indicou”, explica Carlos, que cuida do espaço com a esposa. “Não tem propaganda. Só nós dois cuidando de tudo. E dá certo.”
Durante o evento, os participantes plantaram 80 mudas de árvores, numa ação realizada em parceria com a ONG Tamo Junto, da qual Sabrina é uma das fundadoras. A proposta também teve um forte cunho social, foram arrecadados mais de 400 brinquedos que serão doados para crianças em que as mães estão em cárcere privado.
“Sou uma das fundadoras do Tamo Junto. Já faz parte da minha história. Minha filha tem 27 anos e desde criança já participava dessas ações. A gente acredita nesse trabalho, tanto ambiental quanto social. É o nosso estilo de vida”, reforça Sabrina.
Um estúdio que virou família - O studio foi fundado há cerca de duas décadas para atender mulheres que não se identificavam com academias convencionais. “É um ambiente acolhedor, quase íntimo. Tenho alunas que estão comigo há 19 anos. Lá, uma cuida da outra”, resume a personal. Recentemente, o espaço passou a receber também homens, geralmente pais, maridos ou irmãos das alunas.
A empresária Patrícia Faraco é uma das frequentadoras mais antigas. Ela entrou no studio quando as aulas ainda eram dadas na casa de Sabrina, antes mesmo da pandemia. “Eu estou com a Sabrina há quase sete anos. A gente virou uma família. E essa ideia de trazer a confraternização para a trilha foi maravilhosa. Combina com o que a gente vive todos os dias, saúde, convivência, cuidado com o outro”, afirma. “Trabalho com realização de sonhos, mas hoje, sábado, normalmente dia cheio para mim, eu pude estar aqui. Isso é uma bênção. E estar com meu marido, em meio à natureza, com essa turma que virou minha família, foi muito especial.”
Treinar para resistir - e transformar - Outro exemplo de como o estúdio mudou a vida das pessoas vem da diretora e produtora audiovisual Marinete Pinheiro. Ela procurou a musculação não por vaidade ou estética, mas por necessidade profissional. “Quando comecei a operar a câmera, percebi que meu corpo não aguentava. Não conseguia ficar em pé muito tempo, nem segurar o peso da câmera por mais de alguns minutos. Foi aí que resolvi treinar.”
Hoje, com cerca de um ano de treinos no estúdio, ela sente a diferença na rotina. “Consigo passar horas filmando sem encostar em nada. Meu corpo mudou, e isso impactou meu trabalho diretamente. A atividade física também melhora a mente. É um ganho físico e intelectual.”
Sobre o evento, ela destacou a força simbólica de sair do ambiente tradicional de confraternizações. “Aqui, você entra em outro tempo. Não tem pressa, não tem agenda. A gente não só celebra, mas vive uma experiência. É isso que falta em muitos encontros. Hoje, muita gente plantou uma árvore pela primeira vez. E isso fica para sempre.”
Ao decidir trocar o salto alto pela bota de caminhada, Sabrina também rompeu com uma lógica de comemoração. “O mais difícil foi convencê-las a virem. Muita gente nunca tinha se sujado de terra, nunca tinha passado repelente na vida. Mas foi gratificante ver como todas se abriram para viver isso. Essa é a minha missão: provocar movimento, não só físico, mas emocional e social também”, define Sabrina.
Quer conhecer mais sobre o trabalho de Sabrina e do studio? Siga ela no Instagram (@sabrinabasiliopersonal).