A Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal organizou um plantão médico exclusivo para acompanhar o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente neste sábado (22) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi tomada após a defesa de Bolsonaro apontar fragilidade no estado de saúde do ex-presidente.

De acordo com informações da corporação, não há um plantão médico permanente nas dependências da superintendência, mas um esquema emergencial foi montado especialmente para atender Bolsonaro. Médicos da própria Polícia Federal foram escalados para permanecer de prontidão, em tempo integral, durante sua permanência no local.

Além da equipe da PF, médicos particulares do ex-presidente também estão autorizados a prestar atendimento direto. A permissão foi concedida pelo STF como parte do protocolo de acompanhamento da prisão, levando em consideração a necessidade de cuidados contínuos exigidos pelo estado de saúde do ex-chefe do Executivo.

Remédios entregues e cuidados especiais - Ainda na manhã deste sábado, um dos seguranças que acompanha o ex-presidente entregou uma caixa com diversos medicamentos de uso contínuo nas instalações da superintendência. Entre os remédios levados estão substâncias utilizadas para controle de dores de origem neuropática, típicas de pacientes com histórico de lesões nervosas.

O cuidado reforçado acontece em paralelo ao processo jurídico, que tem ganhado repercussão nacional e internacional. Bolsonaro está sob custódia após o STF considerar que ele violou medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, além de apresentar risco de fuga — conforme indicam movimentações recentes e a convocação de apoiadores feita por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Audiência de custódia marcada - A decisão de Alexandre de Moraes também prevê uma audiência de custódia, marcada para este domingo (23), por videoconferência. Durante a sessão, deverá ser avaliada a legalidade da prisão e as condições de saúde do ex-presidente.

A preocupação com o quadro clínico de Bolsonaro vem sendo destacada por aliados e integrantes da oposição, que afirmam que o estado de saúde delicado do ex-presidente deveria ser levado em conta na aplicação das medidas judiciais.