Julia Maciel | 22 de novembro de 2025 - 16h25

Tarcísio critica prisão de Bolsonaro: "Irresponsável e contra a dignidade humana"

Governador de SP afirma que ex-presidente é inocente e condena decisão de Moraes: "Tirar um homem doente de 70 anos da sua casa é uma injustiça"

POSICIONAMENTO POLÍTICO
Tarcísio de Freitas critica prisão de Bolsonaro, chama decisão de "irresponsável" e reafirma apoio ao ex-presidente, que, segundo ele, é inocente. - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou neste sábado (22) a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para Tarcísio, a decisão judicial “atenta contra o princípio da dignidade humana” ao ignorar o estado de saúde de Bolsonaro.

“Tirar um homem de 70 anos da sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde e ignorando todos os apelos provenientes das mais diversas fontes, além de irresponsável, atenta contra o princípio da dignidade humana”, escreveu o governador nas redes sociais.

Bolsonaro é inocente, diz Tarcísio - O político, que é aliado histórico de Bolsonaro e apontado como possível presidenciável em 2026, disse que o ex-presidente “tem enfrentado ataques e injustiças com a firmeza e a coragem de poucos”. Reiterou ainda sua crença na inocência do ex-presidente: “Bolsonaro é inocente e o tempo mostrará. Lutaremos para que essa injustiça seja reparada o quanto antes.”

A ordem de prisão de Bolsonaro foi expedida após a Polícia Federal identificar risco de fuga e descumprimento das condições da prisão domiciliar. Entre os fundamentos, Moraes apontou a suposta violação da tornozeleira eletrônica e a convocação de uma vigília na porta do condomínio onde o ex-presidente reside — ação organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O ministro determinou que a prisão fosse realizada sem o uso de algemas e sem exposição midiática. O cumprimento da ordem em um sábado causou repercussão por sua raridade, embora casos similares, como o do ex-ministro Walter Braga Netto, também tenham ocorrido no fim de semana.

Defesa contesta prisão - A defesa de Bolsonaro classificou a decisão como “perplexa” e afirmou que a vigília mencionada era um “ato religioso”. Os advogados argumentam que o ex-presidente já se encontrava monitorado por tornozeleira e vigiado pela PF, e que a alegação de risco de fuga carece de fundamento. A equipe jurídica informou que vai recorrer da decisão.