Redação | 22 de novembro de 2025 - 07h46

Correios anunciam novo plano de reestruturação com cortes, vendas e demissões

Estatal prevê redução do déficit a partir de 2026 e mira lucro já em 2027 com série de medidas

ECONOMIA PÚBLICA
Correios preveem o fechamento de até mil agências deficitárias como parte do plano de reestruturação - (Marcelo Camargo/EBC)

Diante de um prejuízo acumulado de R$ 2,6 bilhões em 2024, os Correios aprovaram um novo plano de reestruturação com metas ambiciosas e medidas duras. A estratégia inclui a redução da estrutura física e de pessoal, venda de ativos e modernização de processos. O objetivo é reverter o déficit financeiro já no próximo ano e alcançar lucratividade em 2027.

Aprovado na última quarta-feira (19), o plano prevê o fechamento de até mil agências consideradas deficitárias, a abertura de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), além da venda de imóveis da estatal com potencial de arrecadação de até R$ 1,5 bilhão. Também está prevista uma operação de crédito de até R$ 20 bilhões, a ser viabilizada até o fim de novembro, como forma de reforçar o caixa e estabilizar as finanças.

Estratégia foca na sobrevivência e modernização

Segundo os Correios, a iniciativa é dividida em três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento. O plano foi construído com base em análises da situação atual da empresa e do seu modelo de negócios, que tem sofrido com queda de receitas e aumento nos custos operacionais.

Entre as ações imediatas estão:

A estatal também aposta na expansão do e-commerce e em parcerias estratégicas, com possibilidade de fusões, aquisições ou reorganizações societárias para ampliar a competitividade no médio e longo prazo.

Em maio deste ano, os Correios já haviam iniciado um pacote de ajustes para conter despesas. Entre as medidas adotadas estão a redução da jornada de trabalho para seis horas diárias em unidades administrativas, a suspensão temporária das férias de 2025 e o fim do trabalho remoto. Na época, um outro PDV atraiu cerca de 3,5 mil funcionários, gerando economia anual estimada em R$ 750 milhões.

Presença nacional e missão pública mantidas - Mesmo com a redução da estrutura física, os Correios garantem que a missão de universalização dos serviços postais será mantida, inclusive em localidades remotas e de difícil acesso. Atualmente, a estatal possui mais de 10 mil agências de atendimento, 8 mil unidades operacionais, 23 mil veículos e um quadro de 80 mil empregados diretos.

Os Correios estão presentes em todos os 5.568 municípios do Brasil, além do Distrito Federal e do território de Fernando de Noronha (PE). Entre os serviços prestados pela estatal estão a entrega de livros didáticos às escolas públicas, distribuição das provas do Enem, transporte de urnas eletrônicas e envio de mantimentos a regiões afetadas por desastres naturais.