A Associação Cristã da Nigéria (CAN) atualizou neste sábado (22) os números do sequestro ocorrido em uma escola católica na região central do país. Segundo o levantamento final, 303 alunos e 12 professores foram levados por homens armados na sexta-feira (21), totalizando 315 pessoas desaparecidas. A contagem inicial, feita logo após o ataque, apontava 227 vítimas.

A escola está localizada na comunidade de Papiri, no estado de Níger, e o reverendo Bulus Dauwa Yohanna, presidente da seção estadual da CAN, esteve no local para verificar pessoalmente a situação. De acordo com ele, a atualização dos números ocorreu após um censo mais rigoroso feito com apoio da direção da escola.

“Esse número foi confirmado após um processo de verificação e a realização de um censo final”, informou o reverendo em nota divulgada neste sábado.

Esse é o segundo sequestro em uma escola registrado na Nigéria apenas nesta semana. Na última segunda-feira (18), 25 crianças foram levadas em circunstâncias semelhantes na cidade de Maga, no estado vizinho de Kebbi, a cerca de 170 quilômetros do local do novo ataque. Nenhum grupo assumiu a autoria dos crimes até o momento.

A ação em Papiri reacende o alerta sobre a crescente onda de violência armada contra instituições de ensino e comunidades cristãs na Nigéria. O caso vem ganhando repercussão internacional e já levou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a considerar uma intervenção militar no país africano. Ele acusa grupos jihadistas de conduzirem uma campanha violenta contra cristãos nigerianos.

Autoridades tentam resposta rápida - As forças de segurança nigerianas informaram que equipes táticas foram mobilizadas para atuar na região, com apoio de caçadores locais, que conhecem o terreno e auxiliam nas buscas. Apesar dos esforços, ainda não há informações sobre o paradeiro das vítimas nem previsão para o encerramento das operações de resgate.

Nos últimos anos, o sequestro de estudantes por grupos armados se tornou uma tática comum de intimidação na Nigéria, especialmente em áreas rurais e de difícil acesso. A prática tem sido usada tanto por milícias locais quanto por facções terroristas com motivações religiosas ou políticas.