Após vir à tona como uma das instituições financeiras envolvidas na investigação da Polícia Federal sobre fraudes bilionárias com créditos inexistentes do Banco Master, o Banco de Brasília (BRB) se pronunciou nesta sexta-feira (21) para assegurar que mantém sua solidez financeira e que colabora com as autoridades.

O BRB aparece nas apurações da Operação Compliance Zero como um dos principais bancos que teriam adquirido carteiras de crédito fictícias vendidas pelo Master. Segundo a PF, a fraude consistia em simular empréstimos dentro de operações de cessão de crédito entre instituições, gerando um prejuízo bilionário com ativos que, na prática, não existiam.

Em nota oficial, o BRB reconheceu que negociou R$ 12,76 bilhões com o Banco Master. No entanto, destacou que já foram “liquidados ou substituídos” mais de R$ 10 bilhões desse total. “O restante não constitui exposição direta ao Banco Master”, afirmou.

A instituição também garantiu que todas as etapas dessas operações, incluindo substituições de carteiras e adição de garantias, foram realizadas conforme os contratos e comunicadas ao Banco Central.

Ainda de acordo com o BRB, o banco atua como credor no processo de liquidação extrajudicial do Banco Master. Afirmou, também, que desde o surgimento das denúncias tem reforçado seus controles internos para evitar novas vulnerabilidades.

Em meio ao impacto reputacional causado pela divulgação da investigação, o BRB divulgou números para reafirmar sua robustez. A instituição afirma ter mais de R$ 80 bilhões em ativos e R$ 60 bilhões em carteira de crédito. No primeiro semestre de 2025, o banco registrou lucro líquido de R$ 518 milhões e margem financeira de R$ 2,3 bilhões.

Com presença em 97% do território nacional e 988 pontos físicos de atendimento, o BRB também é líder no mercado de crédito imobiliário no Distrito Federal.

A Operação Compliance Zero foi deflagrada nesta semana pela Polícia Federal com foco em identificar fraudes em operações de cessão de crédito que mascaravam empréstimos fictícios entre instituições financeiras. O Banco Master é o centro da investigação, que já aponta para um esquema estruturado envolvendo créditos sem lastro real, gerando potencial risco ao sistema bancário.

O BRB, ao lado de outras instituições, está entre os maiores compradores desses ativos falsos. A atuação conjunta com o Banco Central e o Ministério Público Federal busca delimitar responsabilidades e a extensão dos prejuízos.