Guterres cobra avanço na transição energética e pressiona por resultados na COP30
Secretário-geral da ONU diz que vontade política ainda não acompanha economia e afirma que o mundo já "ouviu desculpas suficientes"
COP30O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez um apelo direto aos países para acelerar a transição energética rumo às fontes renováveis. Em mensagem publicada nesta sexta-feira (21), ele afirmou que a economia já aponta o caminho, mas que falta vontade política para que a mudança aconteça de forma justa e efetiva.
Segundo Guterres, 90% da nova capacidade de geração de energia instalada no último ano veio de fontes renováveis, o que demonstra uma tendência global clara. Ainda assim, ele reforçou que “as políticas e os orçamentos precisam estar alinhados para que todos os países consigam fazer uma transição energética justa”.
O secretário-geral também pressionou por resultados concretos na COP30, realizada em Belém e prevista para terminar nesta sexta-feira. Ele destacou que o mundo acompanha a conferência em busca de soluções reais.
“Eles já ouviram desculpas suficientes. Exigem resultados”, escreveu.
Com as negociações ainda travadas, a conferência pode ser prorrogada caso seja necessário alcançar consenso sobre os principais temas climáticos. Pela manhã, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, pediu cooperação internacional e ressaltou que o objetivo é o bem comum do planeta, não a vitória de um grupo sobre outro.
Ele lembrou que, apesar das dificuldades, o consenso fortalece o regime climático global:
“Temos que mostrar que esta é a COP em que consenso é força”, afirmou.
Corrêa do Lago também alertou para sinais de divisão entre negociadores e disse que a presidência trabalha para reduzir esses ruídos por meio de transparência e diálogo.
Ainda nesta sexta, o secretariado da Convenção do Clima (UNFCCC) publicou uma nova versão do rascunho do Pacote de Belém, incluindo um anexo com indicadores da Meta Global de Adaptação (GGA). Organizações sociais reconheceram avanços, mas criticaram a persistente falta de decisões mais firmes sobre o afastamento dos combustíveis fósseis.