21 de novembro de 2025 - 17h05

Correios vão fechar mil agências e vender imóveis para cortar déficit bilionário

Estatal prevê empréstimo de R$ 20 bilhões e lucro apenas a partir de 2027

ECONOMIA
Agência dos Correios: plano prevê fechamento de até mil unidades e reestruturação para conter prejuízo. - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os Correios aprovaram um amplo plano de reestruturação para enfrentar a crise financeira e reduzir o déficit que chegou a R$ 2,6 bilhões em 2024. Entre as principais medidas estão o fechamento de até mil agências deficitárias, um novo programa de demissão voluntária (PDV) e a venda de imóveis, que pode render até R$ 1,5 bilhão.

A estatal também vai buscar, até o fim de novembro, um empréstimo de até R$ 20 bilhões. A previsão é equilibrar as contas em 2026 e voltar ao lucro apenas em 2027. O plano foi aprovado na última quarta-feira (19) e marca uma tentativa de modernizar o modelo de negócios da empresa diante da queda de receitas e aumento dos custos operacionais.

A reestruturação está dividida em três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento. Entre as ações previstas estão:

Programa de Demissão Voluntária (PDV);

Corte de custos com plano de saúde;

Modernização da estrutura operacional e tecnológica;

Redução de até 1 mil agências;

Venda de ativos imobiliários.

Além disso, o plano prevê expansão no setor de e-commerce e parcerias estratégicas, com possibilidade de fusões ou aquisições para garantir competitividade no médio e longo prazo.

Esta é a segunda grande ação de reestruturação anunciada pelos Correios em 2025. Em maio, a estatal já havia lançado outro PDV, que atraiu cerca de 3,5 mil adesões, gerando uma economia de R$ 750 milhões anuais. Também houve redução da jornada administrativa, suspensão de férias e o fim do trabalho remoto.

Com presença em todos os 5.570 municípios brasileiros, os Correios operam mais de 10 mil agências, 23 mil veículos e contam com 80 mil empregados. Mesmo com o corte de gastos, a estatal promete manter o compromisso com a universalização dos serviços postais, incluindo a entrega de livros escolares, provas do Enem e urnas eletrônicas em regiões remotas.