Alckmin prevê assinatura do acordo Mercosul-União Europeia em dezembro de 2025
Vice-presidente também citou avanços com Índia e México e destacou união aduaneira com a entrada da Bolívia
ECONOMIAO vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (21) que o aguardado acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) deve finalmente ser assinado em dezembro de 2025. A declaração foi feita durante entrevista coletiva, na qual Alckmin destacou os avanços recentes do bloco sul-americano em acordos internacionais.
“Em dezembro deve assinar o acordo Mercosul-União Europeia. Quase um quarto de século depois, 25 anos de negociações”, disse o vice-presidente ao relembrar o início do processo, que teve início em 1999. O pacto é considerado um dos mais amplos tratados comerciais já discutidos entre blocos regionais.
Acordos recentes e novas frentes comerciais - Alckmin ressaltou que o Mercosul tem avançado em outras frentes, citando o acordo firmado com Singapura em 2023 e a conclusão do tratado com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta) neste ano.
Além disso, o vice-presidente informou que estão em andamento negociações para a ampliação de linhas tarifárias preferenciais com países como México e Índia. "Não é um acordo de livre comércio, mas amplia linhas tarifárias de preferência", explicou.
Durante sua fala, Alckmin também destacou a consolidação do Mercosul como união aduaneira com a entrada da Bolívia como novo membro efetivo, o que ele considera um reforço na integração econômica regional.
“O Mercosul envolve questões de livre comércio. Nós temos quatro países e, com a entrada da Bolívia, passamos a cinco países com união aduaneira”, afirmou, reforçando o papel estratégico do bloco.
Silêncio sobre Uruguai e o CPTPP - Questionado sobre o movimento do Uruguai — também integrante do Mercosul — de buscar adesão unilateral ao Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico (CPTPP), Alckmin evitou comentar diretamente o tema.
O interesse uruguaio no CPTPP, uma aliança comercial que inclui países da Ásia, América e Oceania, tem gerado debates sobre os limites da atuação individual dos países dentro do Mercosul, especialmente diante da cláusula que exige consenso para tratados comerciais com blocos externos.
A eventual assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia em dezembro de 2025 representaria o desfecho de uma das mais longas e complexas negociações comerciais da história recente. O tratado abrange temas como comércio de bens e serviços, regras sanitárias, compras governamentais, direitos de propriedade intelectual e questões ambientais.
Apesar do avanço anunciado, obstáculos políticos e ambientais continuam sendo desafios, especialmente no que diz respeito às exigências da União Europeia sobre sustentabilidade e controle do desmatamento.