MP diz que assassinato de Ruy Ferraz Fontes foi ordenado pelo alto escalão do PCC
MP diz que assassinato de Ruy Ferraz Fontes foi ordenado pelo alto escalão do PCC
SEGURANÇA PÚBLICAO Ministério Público de São Paulo afirmou nesta sexta-feira (21) que o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, foi ordenado pelo alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a Promotoria, o crime foi motivado por vingança devido à atuação histórica de Ruy contra a facção.
Ruy chefiou a Polícia Civil entre 2019 e 2022 e ganhou notoriedade ao indiciar, em 2006, toda a cúpula do PCC, incluindo o líder Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Ele era considerado um dos maiores inimigos da facção dentro das forças de segurança.
Denúncia contra oito acusados - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) apresentou denúncia contra oito suspeitos por homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, porte de arma de uso restrito, favorecimento pessoal e participação em organização criminosa armada. A denúncia conclui a primeira etapa da investigação da força-tarefa criada após o crime.
De acordo com o Ministério Público, o planejamento do assassinato começou em março de 2025. O grupo roubou veículos, comprou armamentos e estruturou imóveis para oferecer apoio logístico ao ataque.
Ruy Ferraz Fontes foi executado em setembro deste ano, em Praia Grande, onde atuava como secretário municipal de Administração. Ele havia saído da Prefeitura quando foi surpreendido por criminosos. Segundo a Polícia Civil, ao menos 69 disparos foram efetuados; o carro que transportava o ex-delegado recebeu 29 perfurações.
Ruy vinha sendo monitorado por integrantes do PCC, conforme relatório do Ministério Público de 2024 que já alertava para possíveis atentados contra autoridades do Estado.
Indiciados e decisões da Justiça - O inquérito inicial da Polícia Civil indiciou 12 pessoas pelo assassinato e pediu a prisão preventiva de todos. Dez dos investigados já estavam presos e dois permanecem foragidos. Contudo, no dia 16 de novembro, a Justiça negou parte das prisões preventivas e determinou a soltura de cinco dos acusados.
Esses cinco suspeitos agora respondem em liberdade, mas com medidas cautelares, incluindo uso de tornozeleira eletrônica. As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos na execução e no planejamento.