Rayssa Motta e Fausto Macedo | 21 de novembro de 2025 - 14h45

Justiça solta dois presos da Operação Compliance Zero que apura fraudes no Banco Master

Executivos ligados à Tirreno Consultoria foram liberados após fim do prazo da prisão temporária; banqueiro Daniel Vorcaro segue detido

POLÍCIA
Dois investigados da Operação Compliance Zero foram soltos após fim do prazo de prisão temporária; banqueiro segue preso - Foto: Banco Master

Dois investigados na Operação Compliance Zero, que apura fraudes financeiras envolvendo o Banco Master, foram soltos na noite desta quinta-feira (20) após o vencimento do prazo da prisão temporária decretada pela Justiça Federal. Os executivos André Felipe de Oliveira Seixas Maia e Henrique Souza Silva Peretto deixaram a sede da Polícia Federal em São Paulo e agora responderão em liberdade.

Ambos são apontados pela investigação como ligados à empresa Tirreno Consultoria Promotoria de Crédito e Participações, suspeita de ter sido usada em operações simuladas para burlar a fiscalização do Banco Central. Segundo a Polícia Federal, a empresa teria sido criada com documentos antedatados e manipulações societárias para ocultar a verdadeira origem dos recursos.

Fraudes e vínculos com o Banco Master - De acordo com a decisão do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, André Felipe tem "vínculos funcionais e societários" que o colocam no centro das operações suspeitas. Ele é ex-funcionário do Banco Master e aparece como um dos principais responsáveis pela constituição da Tirreno Consultoria.

Henrique Peretto, por sua vez, figura como responsável pela capitalização da Tirreno. A empresa teve um aumento de capital considerado atípico, saltando de R$ 100 para R$ 30 milhões — indício de manobra para simular capacidade econômica, segundo a PF. O juiz também destacou que há "diversos vínculos societários" entre os dois, sugerindo atuação coordenada.

Banqueiro segue preso - Apesar das solturas, o banqueiro Daniel Vorcaro, considerado peça-chave na investigação, segue detido de forma preventiva, ou seja, sem prazo definido. Ele foi preso na segunda-feira (17) ao tentar embarcar em um jato particular no Aeroporto de Guarulhos com destino a Dubai.

Outros cinco executivos do Banco Master continuam presos também sob regime de prisão preventiva. A PF aponta que o grupo atuava em fraudes com movimentações financeiras ilegais e falsificações documentais para disfarçar operações irregulares.