Rosario Central é declarado campeão nacional após mudança inesperada da AFA
Associação reconhece liderança anual como novo título; decisão gera críticas entre clubes e dirigentes
ESPORTEO Rosario Central foi proclamado campeão nacional pela Associação de Futebol Argentino (AFA), que decidiu criar o título de “Campeão da Liga” para o clube com melhor desempenho na soma dos pontos dos torneios Apertura e Clausura da temporada. A medida, anunciada nesta semana, reconhece a liderança acumulada ao longo do ano como título oficial, algo inédito até então.
A decisão surpreendeu o cenário esportivo argentino, já que o regulamento vigente não previa essa conquista. Até agora, a liderança na tabela geral apenas garantia vaga na Copa Libertadores. A mudança foi oficializada durante reunião com representantes da AFA, dirigentes do Rosario Central e membros da comissão técnica do clube.
Com isso, o Rosario se junta ao Platense, campeão do Apertura, enquanto o Clausura ainda aguarda definição, marcada para 13 de dezembro. Em 2025, o país terá três clubes distintos reconhecidos como campeões nacionais.
A mudança gerou controvérsias. O Estudiantes, por exemplo, divulgou nota afirmando que a decisão não foi votada, contrariando a versão da Liga Profissional de Futebol Argentino, que alegou unanimidade. Técnicos e dirigentes de outros clubes também criticaram a medida, como Guillermo Schelotto, que ironizou a criação do título.
Gonzalo Belloso, presidente do Rosario Central, defendeu a conquista: “Fizemos a melhor campanha do país. Estivemos na liderança do começo ao fim”, disse à TNT Sports.
Para 2026, a AFA confirmou oito títulos oficiais em disputa: Apertura, Clausura, Copa Argentina, Campeão da Liga, Troféu dos Campeões, Supercopa Internacional, Supercopa Argentina e Recopa de Campeões — esta última em formato de triangular entre os vencedores das copas nacionais.
A decisão faz parte de um pacote maior de mudanças organizacionais no futebol argentino, que vem sendo criticado por torcedores e até autoridades internacionais. O presidente da La Liga da Espanha, Javier Tebas, disse sentir “pena” pelo modelo argentino. Em resposta, Claudio Tapia, presidente da AFA, defendeu o caráter popular e formador do futebol local.