Agência Brasil | 19 de novembro de 2025 - 21h00

Investidores do Banco Master viram alvo de golpes após liquidação decretada pelo BC

Promessas de antecipação do FGC escondem fraudes digitais e empréstimos abusivos; alerta é para redobrar atenção

GOLPES FINANCEIROS
Promessas de antecipação do FGC escondem fraudes que roubam dados ou impõem empréstimos abusivos. - (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Com a liquidação do Banco Master, decretada pelo Banco Central na última terça-feira (18), investidores com aplicações em CDBs e depósitos na instituição passaram a contar com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para recuperar valores de até R$ 250 mil. No entanto, enquanto aguardam o ressarcimento, muitos se tornaram alvo de uma onda de golpes que exploram a ansiedade pela liberação do dinheiro.

Mensagens em redes sociais, aplicativos de mensagens e até sites falsos oferecem “antecipação do valor do FGC” ou “liquidez imediata”, em uma tentativa de atrair vítimas para fraudes que envolvem roubo de dados e empréstimos predatórios. O próprio FGC alerta que não autoriza intermediários, não cobra taxas e não antecipa pagamentos. A única forma segura de solicitar a garantia é por meio do aplicativo oficial do fundo.

Fraudes mais comuns: roubo de dados e crédito abusivo

Especialistas em segurança digital chamam atenção para dois principais tipos de golpes que circulam desde o anúncio da liquidação do banco:

1. Phishing e roubo de informações
Fraudadores criam páginas que imitam o site ou app do FGC, enviam links falsos por WhatsApp ou redes sociais e se passam por atendentes para obter senhas e dados bancários. Também têm sido registrados casos de aplicativos falsos, que instalam malwares capazes de monitorar o celular da vítima.

2. Empréstimos camuflados como antecipação
Algumas “empresas” prometem adiantar o valor da garantia do FGC, mas na prática estão oferecendo empréstimos com juros abusivos. O investidor, acreditando estar acessando o valor ao qual tem direito, assina contratos que comprometem boa parte do que deveria receber.

Fernando Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil, destaca que o golpe se sustenta na pressa. “O cibercriminoso sempre usa a urgência como arma. A única forma de garantir a restituição com segurança é pelo canal oficial do FGC”, afirma.

Situação do banco e investidor

O Banco Master ganhou notoriedade por oferecer CDBs com rentabilidade elevada, que chegavam a 140% do CDI. A estratégia atraiu milhares de investidores, mas o banco já enfrentava dificuldades financeiras há meses. A situação se agravou com investigações da Polícia Federal, que prenderam executivos após suspeitas envolvendo a tentativa de venda do banco ao BRB (Banco de Brasília).

Com a liquidação, a atuação do FGC é automática, mas não imediata. O fundo segue um cronograma formal, dividido em etapas:

  1. Cadastro no aplicativo oficial do FGC

  2. Envio da lista de credores pelo Banco Central (prazo médio de 30 dias)

  3. Liberação do pedido de ressarcimento no app

  4. Envio de documentos e assinatura digital

  5. Pagamento em até dois dias úteis após o processo

O que fazer para evitar golpes

Diante da vulnerabilidade de quem perdeu o acesso aos investimentos, o FGC reforça que nenhuma promessa de antecipação ou facilitação é verdadeira. Veja as principais recomendações de segurança:

O ambiente de incerteza que se forma após a liquidação de uma instituição financeira é terreno fértil para fraudes. Por isso, especialistas recomendam cautela, verificação das fontes e paciência para aguardar o processo correto.