BRB contrata auditoria externa para apurar operação da Polícia Federal
Afastado da presidência, Paulo Henrique Costa é investigado por supostas fraudes na compra de carteiras de crédito do Banco Master
INVESTIGAÇÃO FEDERALO Banco de Brasília (BRB) anunciou nesta quarta-feira (19) que contratará uma auditoria externa especializada para investigar os fatos apurados na Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal. A decisão foi aprovada pelo conselho de administração da instituição, que informou a medida por meio de comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A operação investiga possíveis fraudes envolvendo a compra de carteiras de crédito do Banco Master pelo BRB, transações supostamente realizadas sem garantias adequadas. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, foi afastado do cargo por determinação da Justiça Federal de Brasília, que também autorizou buscas em seu gabinete.
Segundo as investigações, o Banco Master teria criado carteiras de crédito falsas e as vendido ao banco público. Os recursos da operação podem ter gerado prejuízo ao erário, e o caso levanta suspeitas sobre falhas nos mecanismos internos de controle e conformidade do BRB, especialmente considerando o nome da operação – Compliance Zero.
Compromisso com transparência - No comunicado à CVM, o BRB reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança corporativa e com a transparência na condução dos negócios. O conselho informou que continuará acompanhando os desdobramentos da investigação e garantiu que os acionistas e o mercado financeiro serão informados de forma contínua e responsável.
A escolha da auditoria externa tem como objetivo garantir independência na apuração dos fatos, além de reforçar a imagem institucional do banco, que é controlado pelo Governo do Distrito Federal e tem capital aberto.
Repercussão no mercado - A operação da Polícia Federal causou repercussão no mercado financeiro, sobretudo por envolver um banco estatal com ações negociadas na bolsa. A preocupação com a governança e com a integridade dos ativos se intensificou após a revelação de que as carteiras adquiridas pelo BRB poderiam não ter nenhuma lastro real.
Paulo Henrique Costa, que presidia o BRB desde 2019, já havia atuado anteriormente como presidente da Terracap e é considerado uma figura próxima ao governo local. Seu afastamento ocorreu como medida cautelar para preservar as investigações e garantir que provas não sejam comprometidas.
A Operação Compliance Zero ainda está em fase inicial e os detalhes completos sobre os contratos firmados entre o BRB e o Banco Master devem ser aprofundados nas próximas etapas do inquérito.