A aprovação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caiu para 38%, o menor índice desde seu retorno à Casa Branca, segundo pesquisa da Reuters/Ipsos divulgada nesta terça-feira (18). O levantamento aponta que a insatisfação popular se deve principalmente à gestão da economia doméstica, com foco no alto custo de vida, e à recente mudança de posição de Trump sobre a liberação de arquivos relacionados a Jeffrey Epstein, ex-financista acusado de tráfico sexual de menores.

A pesquisa, realizada online entre os dias 14 e 17 de novembro com 1.017 adultos, indica que a aprovação do presidente caiu dois pontos percentuais em relação ao início do mês. O recuo aprofunda uma tendência de desgaste: Trump começou seu segundo mandato, em janeiro de 2025, com 47% de aprovação, acumulando uma perda de nove pontos desde então.

A rejeição atual o coloca próximo dos índices mais baixos de seu primeiro mandato — quando chegou a 33% — e também se aproxima dos níveis de impopularidade do ex-presidente democrata Joe Biden, que chegou a marcar 35% de aprovação antes de deixar o cargo.

O desgaste ocorre em um momento delicado para o líder republicano, que vê sinais de enfraquecimento dentro do próprio partido. Nas últimas semanas, parte da bancada republicana tem se distanciado de Trump, especialmente após a reviravolta do presidente sobre o caso Epstein.

Durante meses, Trump se opôs à aprovação de um projeto de lei que exige a divulgação de documentos do Departamento de Justiça sobre a investigação envolvendo Jeffrey Epstein, que morreu na prisão em 2019 enquanto aguardava julgamento. A proposta foi finalmente aprovada na Câmara e no Senado, com apoio quase unânime. Pressionado, o presidente mudou de posição no último domingo, dizendo que agora apoiaria a liberação dos arquivos.

Além do caso Epstein, a inflação persistente e a percepção de que o governo pouco tem feito para aliviar os gastos do dia a dia das famílias americanas são apontados como fatores decisivos para a queda na popularidade de Trump.

Mesmo com a pesquisa revelando um ambiente de desconfiança, Trump segue como pré-candidato forte à reeleição pelo Partido Republicano, embora as movimentações internas indiquem um cenário de disputa mais acirrada nas primárias.

A margem de erro da pesquisa da Reuters/Ipsos é de cerca de 3 pontos percentuais.