O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta terça-feira (18), em entrevista à TV Educativa do Ceará, que a anulação de três questões do Enem 2025 foi uma medida preventiva para preservar a lisura do exame, após indícios de que perguntas semelhantes teriam sido divulgadas por um participante de pré-testes do Inep. A Polícia Federal vai apurar se houve vazamento.

“A decisão foi tomada com base no princípio da precaução e para evitar qualquer prejuízo aos candidatos”, explicou o ministro. Segundo Santana, as três questões anuladas foram identificadas após comentários nas redes sociais apontarem semelhança com conteúdos anteriormente divulgados em uma live por uma pessoa que teria participado dos pré-testes.

“Assim que tive conhecimento, determinei ao Inep que apurasse os fatos e tomasse providências imediatas”, afirmou o ministro.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou que recebeu relatos sobre a possível antecipação de questões. A Polícia Federal foi acionada para investigar o caso, uma vez que o Enem é um serviço de interesse público federal, cuja integridade é de responsabilidade do Estado.

O Inep adota o modelo da Teoria da Resposta ao Item (TRI) na elaboração das provas do Enem, que exige a pré-testagem de questões com grupos específicos de estudantes. O objetivo é calibrar o grau de dificuldade dos itens.

As questões aprovadas passam a compor o Banco Nacional de Itens (BNI), de onde são retiradas para as edições do Enem. É justamente esse processo que pode ter originado o vazamento, segundo o MEC, se algum participante de pré-teste compartilhou indevidamente o conteúdo.

Apesar do incidente, Camilo Santana garantiu que o Enem 2025 foi “um sucesso” e reforçou que os estudantes não devem se preocupar. “O que ocorreu foram ruídos em redes sociais. Os demais 87 itens da prova continuam válidos, assim como a redação”, afirmou.