18 de novembro de 2025 - 15h45

Ministério da Saúde lança rede nacional de hospitais "inteligentes" no SUS

Projeto prevê 14 UTIs automatizadas, instituto tecnológico de emergência e modernização de unidades para incorporar IA, big data e cooperação internacional

SAÚDE PÚBLICA
O Ministério da Saúde lança rede de hospitais inteligentes no SUS com UTIs automatizadas, instituto tecnológico e modernização para modernizar atendimento público. - Foto: Luiza Frazão/MS

O Ministério da Saúde anunciou nesta terçafeira (18), em Brasília, a criação de uma rede nacional de hospitais e serviços de saúde inteligentes para o Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa tem como meta a incorporação de tecnologia de alta especialização, automação e cooperação internacional visando modernizar o atendimento público de saúde no Brasil.

De acordo com o ministério, o plano inclui a implantação de 14 unidades de terapia intensiva (UTIs) automatizadas, que funcionarão de forma interligada em hospitais das cinco regiões do país. Além disso, será construído o Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, considerado o primeiro hospital inteligente do país.

“Não tenho dúvida de que, hoje, nós estamos entrando em uma nova era de inovação para o SUS e para a saúde do país”, declarou o ministro Alexandre Padilha, ao apresentar a iniciativa. “Não estamos falando só de construção de hospitais, de modernização de UTIs e de hospitais que já existem. Estamos falando de um movimento de incorporação tecnológica, de parcerias de transferência tecnológica”, complementou.

Tecnologias, escopo e abrangência - O programa está integrado ao eixo especializado do projeto Agora Tem Especialistas, voltado para ampliar o atendimento especializado no SUS. Medições oficiais apontam que o uso de tecnologias como inteligência artificial (IA) e big data pode reduzir em até cinco vezes o tempo de espera para atendimento de emergência, além de acelerar diagnósticos e assistência especializada.

As 14 UTIs inteligentes estarão localizadas em hospitais de diferentes cidades selecionadas – incluindo Manaus, Dourados (MS), Belém, Teresina, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, SãoPaulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.
Cada unidade será totalmente digital, com monitoramento contínuo, integração entre equipamentos e sistemas de informação, apoio à decisão clínica, previsão de agravos e troca de conhecimento entre especialistas de diferentes regiões. Todos os hospitais também estarão conectados a uma central de pesquisa e inovação.

Além das UTIs, o ministério informou que oito unidades hospitalares adicionais receberão modernização, em projetos realizados em parceria com universidades e secretarias estaduais e municipais de saúde. O foco está tanto na construção de novas instalações quanto na reformulação de estruturas existentes.

A aposta é que essa infraestrutura de alta tecnologia — associada aos profissionais especializados — melhore significativamente a capacidade do SUS em atender casos complexos, reduzir filas, ampliar a qualidade do cuidado e integrar o sistema de saúde brasileiro a práticas internacionais avançadas.

Desafios e expectativas - Embora o anúncio seja ambicioso, a implementação efetiva depende de financiamento, contratos, formação de pessoal, integração de sistemas de informação e manutenção das unidades. O plano de execução, cronograma e detalhamento de recursos ainda não foram amplamente divulgados.

Caso bemsucedido, o projeto pode marcar um dos maiores saltos de modernização em saúde pública no Brasil, contribuindo para a redução de desigualdades regionais e elevação da qualidade do atendimento no SUS.