Presidente do BRB é afastado após operação que investiga fraude na compra do Banco Master
Justiça Federal também autorizou busca e apreensão contra Paulo Henrique Costa; dono do Master foi preso ao tentar fugir
OPERAÇÃO DA PFA Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 18, uma operação para investigar um esquema de fraudes envolvendo a venda do Banco Master ao BRB (Banco de Brasília). Como consequência da investigação, a Justiça Federal de Brasília determinou o afastamento imediato do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, além da realização de mandados de busca e apreensão em sua residência e local de trabalho.
De acordo com a PF, o Master teria criado carteiras de crédito fictícias e vendido esses ativos sem qualquer garantia ao banco público. A transação levantou suspeitas de fraude, gestão temerária e outras irregularidades na condução da operação.
Embora os investigadores tenham solicitado a prisão preventiva de Paulo Henrique, a Justiça entendeu que o afastamento do cargo e as medidas cautelares seriam suficientes neste momento. A defesa do executivo ainda não se manifestou.
Indicado pelo governo do DF - Funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, Paulo Henrique Costa foi indicado à presidência do BRB no início da gestão de Ibaneis Rocha (MDB), com apoio político de figuras do Centrão. Durante sua gestão, o banco passou por uma fase de expansão, mas agora enfrenta forte desgaste com o avanço das investigações.
A operação da PF aponta que o BRB teria adquirido carteiras de crédito inexistentes, inflando artificialmente o patrimônio do Banco Master. Os investigadores apuram se houve participação ativa da atual gestão do BRB no esquema ou se o banco foi vítima de fraude.
Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, foi preso na noite de segunda-feira, 17, ao tentar deixar o país. Segundo fontes da investigação, ele estava com malas prontas quando foi abordado pelos agentes federais.
O caso teve mais um desdobramento nesta terça-feira, com o Banco Central decretando a liquidação extrajudicial do Banco Master. A decisão veio menos de 24 horas após o Grupo Fictor, com sede no Rio de Janeiro, sinalizar interesse na aquisição da instituição.
A compra do Banco Master pelo BRB foi anunciada como parte da estratégia de crescimento do banco público, que buscava ampliar sua atuação nacional e diversificar seus ativos. A revelação do suposto esquema de fraudes joga dúvidas sobre a governança do banco e pressiona o governo do Distrito Federal por esclarecimentos.
A liquidação do Banco Master afeta ainda credores, investidores e funcionários da instituição. A operação da PF e as decisões judiciais sinalizam um cerco mais rigoroso a esquemas de fraude no sistema financeiro, especialmente em transações envolvendo instituições públicas.