Mato Grosso do Sul está consolidando um novo padrão de governança pública ao adotar, de forma sistemática, uma gestão baseada em indicadores. A proposta tem como base o monitoramento em tempo real das políticas públicas, o que permite decisões mais eficientes, econômicas e transparentes. O modelo já acompanha 54 metas estratégicas, 118 ligadas a programas e 173 associadas a contratos de gestão.

A estrutura funciona de maneira integrada, articulando dados em três níveis: estratégico, tático e operacional. Com isso, o governo consegue identificar gargalos, avaliar o impacto das ações e priorizar investimentos em áreas que apresentam maior necessidade ou potencial de transformação.

Segundo o secretário-executivo de Gestão Estratégica e Municipalismo (Segem), Thaner Nogueira, o uso intensivo de dados dá mais inteligência à administração pública. “Com indicadores robustos, conseguimos orientar o direcionamento de recursos financeiros, humanos e logísticos, dando mais precisão ao processo decisório e evitando desperdícios”, explica.

Ele reforça que a conexão entre ações, metas e indicadores permite perceber de forma mais clara os resultados alcançados. “Sem um indicador claro, perde-se a referência do caminho. Os dados qualificados fortalecem a gestão e aproximam o Estado do desenvolvimento sustentável que buscamos”, afirma.

Na educação, os indicadores observam aspectos como acesso, permanência e aprendizagem dos alunos. Taxas de evasão escolar e níveis de proficiência no SAEB são utilizados como termômetros da qualidade e efetividade das políticas públicas.

Na área econômica, o saldo de empregos formais é monitorado para avaliar a geração de trabalho. Esses dados ajudam a orientar políticas de qualificação profissional e incentivo ao desenvolvimento regional.

“Quando conseguimos conectar ações de governo aos resultados que queremos alcançar, evitamos retrabalho e damos mais inteligência ao processo. Os dados mostram o que precisa de atenção e o que está funcionando”, destaca Thaner.

A metodologia foi reconhecida com o terceiro lugar no Prêmio Sul-Mato-Grossense de Inovação na Gestão Pública, na categoria "Práticas Inovadoras". Criada pelos servidores Leandro Sauer, Mateus Boldrine Abrita e Bruna Campos, a prática não gerou custo extra aos cofres públicos e envolveu diretamente técnicos, gestores e o próprio governador.

“O diferencial está no modo de fazer. Transformamos dados em decisões e decisões em resultados. Mais que números, criamos uma nova cultura de gestão pública baseada em evidências, de forma participativa e transparente”, destacam os autores da iniciativa.

Para a Segem, a principal conquista do modelo é tornar a gestão pública mais eficiente e centrada nas reais necessidades da população. A metodologia vem sendo utilizada para alinhar diferentes áreas do governo, otimizando recursos e elevando a qualidade dos serviços oferecidos.

A expectativa é de que o modelo continue se aperfeiçoando e possa ser replicado em outras esferas da administração, incluindo os municípios sul-mato-grossenses.