Redação | 15 de novembro de 2025 - 08h10

Menino brasileiro de 9 anos perde dois dedos após ataque em escola de Portugal

Família denuncia omissão da escola e aponta histórico de agressões ignorado pela direção

VIOLÊNCIA ESCOLAR
Menino teve os dedos decepados em escola de Portugal - (Foto: Instagram @niestevam98)

Um estudante brasileiro de 9 anos teve parte de dois dedos amputados após um episódio de violência dentro de uma escola pública em Cinfães, no centro de Portugal, na última segunda-feira (10). O caso foi denunciado pela mãe do menino, Nívia Estevam, nas redes sociais, e gerou forte comoção entre brasileiros que vivem no país europeu.

Segundo o relato da família, José Lucas foi atacado por dois colegas logo após entrar no banheiro da Escola Básica da Frente Coberta, a cerca de 130 km da cidade do Porto. As crianças teriam fechado a porta de forma proposital sobre os dedos do menino, pressionando até causar a amputação parcial. Ferido, ele precisou se arrastar para fora do banheiro em busca de ajuda.

Funcionárias da escola prestaram os primeiros socorros, aplicaram gelo e ligaram para os familiares. Nívia afirmou que só entendeu a gravidade da situação quando escutou, ao telefone, que uma ambulância seria chamada. Em sua postagem, ela relata que pedaços dos dedos do filho foram descartados pela escola, enquanto outras partes foram entregues aos paramédicos.

A criança foi levada ao hospital, passou por uma cirurgia de cerca de três horas, mas os dedos não puderam ser reimplantados. Parte do tecido de um dos dedos foi usada para reconstruir a área lesionada. José Lucas perdeu parte do indicador e do dedo médio. Após um dia de internação, recebeu alta.

Nívia afirmou que o filho já havia sido alvo de outras agressões físicas dentro da escola, como puxões de cabelo, chutes e marcas no pescoço. Todas essas situações foram comunicadas à direção, mas segundo a mãe, os casos foram ignorados. Ela conta que chegou a ouvir da escola que “crianças mentem”.

A situação se agravou com a forma como a instituição tratou o caso. Segundo a mãe, o local do acidente foi rapidamente limpo para “não assustar as outras crianças” e o incidente foi descrito como uma “brincadeira entre alunos”.

Caso será investigado por autoridades portuguesas - A direção da escola informou que abriu um inquérito interno e notificou a polícia. A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Portugal também iniciou uma investigação e designou uma assistente social para acompanhar o caso. O Ministério da Educação português ainda não se manifestou oficialmente.

A família, por sua vez, já contratou uma advogada e pretende acionar a Justiça em busca de responsabilização da escola.